Os agentes políticos, em sua maioria, são mestres na arte da retórica. Criticam ferozmente seus concorrentes e pintam a si mesmos com as cores mais vibrantes e positivas possíveis. Contudo, muitos parecem mais interessados em acessar o poder do que em promover reais melhorias na qualidade de vida da população. Este é um fato incontestável, facilmente comprovado pela análise das ações daqueles que ocuparam cargos de gestão pública. Os discursos, por si só, não enchem a mesa do trabalhador, não melhoram a educação dos nossos filhos e não garantem um sistema de saúde eficiente.
Tomemos como exemplo o Índice de Gestão Municipal Áquila, particularmente no pilar de saúde e bem-estar. Ao analisarmos os municípios da região do Vale do Ivaí, constatamos que a maioria está em níveis críticos ou em desenvolvimento. Nenhum município atingiu os patamares de desempenho de desenvolvido ou excelente. Esse cenário é alarmante, principalmente considerando os vultosos recursos públicos aplicados sem que se observem melhorias significativas. Para onde está indo esse dinheiro? Quais são as prioridades dos nossos gestores?
Outro dado relevante é o Indicador de Nível de Crescimento da mesma região para o ano de 2021. Apesar do alto nível de crescimento econômico regional, a maioria dos municípios apresenta um crescimento apenas mediano. Dos 26 municípios, apenas 10 são responsáveis por “puxar” o indicador para cima. Este dado nos mostra uma realidade preocupante: a disparidade no desenvolvimento econômico entre os municípios. Além disso, ao calcularmos o Indicador de Ritmo de Crescimento, verificamos que 9 dos 26 municípios estão economicamente estagnados. Onde estão as políticas públicas eficazes que deveriam promover um desenvolvimento equilibrado?
Mesmo diante desses cenários desoladores, nossos agentes políticos continuam discutindo questões superficiais, muitas vezes desvinculadas das reais necessidades da população. A região do Vale do Ivaí possui um imenso potencial econômico, mas para que esse potencial se concretize em benefícios tangíveis para todos os cidadãos, é preciso que o debate político se concentre em questões objetivas e factíveis, e não apenas na busca incessante por votos. O debate deve ser regional, não individual.
Os cidadãos precisam ter a coragem de exigir de seus candidatos um debate efetivo e realista. Não podemos mais aceitar que os discursos se limitem a críticas aos gestores do passado ou a promessas vazias para o futuro. É imperativo que os eleitores se armem de informações concretas e cobrem transparência e eficiência de seus representantes.
A criação e o acompanhamento dos indicadores de desempenho das políticas públicas são cruciais para garantir uma gestão eficiente e transparente. Só assim poderemos avaliar de forma objetiva a atuação dos nossos gestores e cobrar as mudanças necessárias. A responsabilidade de mudar esse cenário não é apenas dos políticos, mas de cada cidadão que, ao votar, tem o poder de exigir uma gestão pública de qualidade.
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