A comunicação nos dias de
hoje anda cada vez mais rápida e os acontecimentos podem ser acompanhados em tempo
real. A internet, as redes sociais e os aplicativos de mensagens instantâneas possuem
as características de auxiliar na solução de problemas ou agravá-los.
Estas ferramentas não são
mais de uso exclusivo dos jovens que possuam bom intelecto e habilidades
especiais para tratar com tecnologias. Agora nossos pais e avós já estão
conectados e interagem com grupos de pessoas das mais diversas faixas etárias,
raças, credos, formação acadêmica e de níveis sociais e culturais. A vantagem
destes grupos é a heterogeneidade de seus membros.
Estas ferramentas, se usadas
de forma positiva, instrutiva e responsável pode auxiliar na compreensão de
temas de relevância social. Recentemente, num grupo destes um dos membros que
possui uma tendência política de esquerda fez uma dura crítica à reforma
trabalhista. O que logo foi apoiado por um funcionário público que também a
criticou juntamente com a aprovação da terceirização.
Logo em seguida um advogado
e um engenheiro entraram no debate fazendo um contraponto e perguntando se
aqueles que estavam criticando as medidas propostas eram realmente contra elas
ou somente estavam repassando textos recebidos de terceiros. Emendaram
atestando a necessidade dessas medidas.
Aqueles que não estavam
inteirados do assunto começaram a questionar quem é que estava com a razão. Um
empresário respondeu que para os assalariados as medidas são consideradas como
um “golpe”, um tolhimento de direitos. Já para quem paga os salários a sensação
é de que nada mudou e terão que continuar pagando altos impostos, salários e
encargos e mantendo a mesma produtividade.
Outro mais exaltado disse
que aqueles que não estiverem satisfeitos devem pedir demissão de seus empregos
e trabalharem em outra atividade, abrir uma empresa, contratar funcionários,
pagar salários e impostos.
Na sequência “pipocaram”
notícias sobre a baixa produtividade do trabalhador brasileiro postados por
diversos membros. Um debate riquíssimo que não se concluiu.
Não é um tema que dá para
indicar o lado que está certo, pois o debate não se concluiu no grupo e nem na
sociedade. É um tema que sempre será recorrente. Na verdade a produtividade do
trabalhador brasileiro é muito baixa, não sendo compatível com a posição que o
país ocupa no cenário econômico e social global.
A reforma trabalhista proposta
e a aprovação da terceirização são necessárias para tornar nossa economia mais
competitiva, gerando mais empregos e renda. Já a reforma da Previdência também
é necessária, porém o texto inicial era muito ruim para os trabalhadores, uma
vez que propunha uma piora nos requisitos para se obter a aposentadoria e nas
próprias condições de aposentadoria.
O texto do substitutivo
apresentado é mais ameno e pode até garantir condições melhores de
aposentadoria para os trabalhadores do regime celetista. Entretanto as mudanças
nas regras para os requisitos ficarão mais “duras” para o trabalhador.
Mas novamente nos deparamos
com o mesmo problema: a ausência de debate qualitativo sobre estes temas
emergentes. Não basta somente ser a favor ou ser contra uma proposta, tem que
ter argumento para sustentar sua posição e quando isto é exigido notamos que a
maioria das pessoas que se posicionam nas redes sociais e nestes grupos acaba
agindo como verdadeiros propagadores de ideias de terceiros. Por isto o debate
tem que ser qualificado, ou seja, feito com pessoas que tenham condições de
argumentar de forma clara, objetiva, prática e concreta sobre as situações que
existem no mundo real e não no imaginário de muitas pessoas.
0 comentários:
Postar um comentário