Muitas pessoas gostariam de
morar em cidades que possuam uma boa infraestrutura urbana, com muitos
equipamentos públicos, rede de ensino e de saúde de qualidade, boa segurança
pública e, claro, muitas opções de lazer. Isto sem falar em um nível de renda e
emprego elevado. Realmente um excelente sonho de consumo.
O que as pessoas têm que
entender é que um município para ter essas qualidades não necessariamente
precisa ser um grande centro urbano ou mesmo uma cidade de porte médio. É muito
comum as pessoas desejarem que a sua cidade de residência tenha uma população
maior. Isto nos arremete a discutir um tema que deve estar, também, na lista de
preocupações das novas gestões municipais: o crescimento demográfico.
Não tem o menor sentido
essas pessoas defenderem o crescimento populacional sem que este venha
acompanhado da ampliação da rede de serviços públicos. Também tem que aumentar
a geração de empregos formais e a renda média real do trabalhador. Na década de
2000 o Brasil apresentou um crescimento demográfico de 1,2% ao ano e no período
de 2010 a 2016, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a população aumentou 1,3% ao ano.
O estado do Paraná
apresentou taxas próximas à media nacional, 0,9% ao ano na década de 2000 e
1,2% ao ano no período de 2010 a 2016. Já os municípios de Apucarana e de
Arapongas vem apresentando taxas de crescimento superiores à média nacional. No
caso de Apucarana a taxa de crescimento demográfico foi de 1,2% ao ano no
período de 2000 a 2010 e de 1,4% ao ano no período de 2010 a 2016. Para
Arapongas as taxas foram de 2,0% ao ano para ambos os períodos.
Este tema deve ser uma
preocupação dos agentes políticos na elaboração das políticas públicas. Devem
se preocupar com o crescimento populacional, sim. Ou aumentam a oferta de
serviços públicos de saúde, educação, segurança, infraestrutura e atraem empresas
para gerar emprego e renda ou efetuam campanhas de conscientização e de
controle de natalidade.
Muitos podem pensar que isto
não é função do poder público municipal. E se não for deles de quem será? As
pessoas que vivem nestes municípios sentem os problemas do crescimento
populacional. Não há moradias para todos. Não há emprego para todos que
precisam. E se não bastasse isto as prefeituras possuem limites para aumentar a
estrutura de serviços públicos, uma vez que não conseguem aumentar a
arrecadação na intensidade necessária para garantir a manutenção ou melhoria da
qualidade de vida da população.
Também devem considerar que estes
são aspectos estruturais e que qualquer medida que for tomada agora demorará
alguns anos para surtir efeito. Portanto já passou do momento de agir para tentar
melhorar a qualidade de vida nesses municípios para as próximas décadas.
Da mesma forma é necessário
considerar dois aspectos importantes que devem ser analisados em conjunto com o
crescimento demográfico, que são: os processos de migração urbana e a transição
demográfica. O primeiro trata de pessoas de outros municípios que migram para
outras cidades em busca de melhor qualidade de vida criando uma armadilha
social para todos. E a segunda diz respeito ao envelhecimento da população que
reduz a força de trabalho aumentando o número de idosos que necessitam de
serviços públicos especializados.
Como podemos constatar os
desafios para melhorar a qualidade de vida de um município são muitos e as
equipes técnicas das prefeituras devem se ocupar de tudo isto, bem como a
sociedade deve cobrar dos agentes políticos maior empenho na busca de soluções
para o problema e a melhoria da qualidade do gasto público. Isto para que
possamos ter mais qualidade de vida em nossas cidades num futuro próximo.
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