O Brasil ficará melhor sem a
presidente Dilma? Ficará, sim. Como diz a música da Legião Urbana: “estes são
dias desleais”. Não se trata de uma análise hermenêutica, mas de uma paráfrase.
Nosso país passou por muitas turbulências econômicas. Não sofremos com guerras
e conflitos de interesses internos e nem externos, mas os ciclos econômicos têm
feito muitos estragos para nossa sociedade.
É nítida a insatisfação dos
brasileiros com as condições atuais da economia e as expectativas não são das
melhores. Teremos tempos difíceis pela frente. Com a abertura do processo de
“impeachment” contra o mandato da presidente Dilma é natural que tenhamos
reflexos negativos nos indicadores econômicos. A inflação, que tinha
expectativa de ser mais branda em 2016, pode extrapolar o teto da meta e o
desemprego poderá aumentar, ainda mais.
É certo que a credibilidade
do governo é muito baixa, mas ficará pior, pois o investimento estrangeiro
poderá ameaçar “ir embora” do mercado financeiro brasileiro e com isto a taxa
de câmbio irá subir ainda mais e pressionar a inflação para cima. Para combater
esses movimentos o governo terá que aumentar a taxa de juros da economia, o que
desacelerará ainda mais o crescimento da economia e potencializará o
desemprego.
Realmente são dias desleais.
Desleais para com o povo brasileiro que acreditou no “sopro do dragão”
aquecendo os ânimos e a esperança. Agora nos vemos com uma nova situação de
crise econômica que está arremessando as pessoas para a pobreza.
A população brasileira
acreditou em promessas de uma vida melhor e agora estamos vivenciando uma
possível reversão social que está nos levando paras as condições econômicas de
vinte e cinco anos atrás. Realmente a verdade está assombrando os brasileiros e
o que vemos é que o descaso dos agentes políticos e das instituições não nos
dão segurança de uma saída sem grandes danos colaterais.
A estupidez está destruindo
a esperança e a sociedade brasileira necessita se libertar da dominação de
siglas partidárias e de governos de coalizão, pois com isto os agentes
políticos se associam somente para ficar no poder e não para conceber políticas
públicas para garantir a melhora da qualidade de vida da população.
Mas o brasileiro não aprendeu
a se render e, novamente como na música, irá fazer com que o inimigo caia.
Neste caso o inimigo é a estupidez dos políticos que não defendem a sociedade,
mas somente os seus interesses partidários. Temos que ficar atentos aos
movimentos de apoio e de oposição. Esses movimentos devem indicar o interesse
em defender a sociedade e não somente de se manter ou de se conquistar o poder.
O que estamos vendo é uma luta para isto: os governistas querendo se manter no
poder e a oposição querendo assumir. Mas para quê tudo isto? Para o bem da
população? Infelizmente não vemos isto nas ações de nenhuma das partes. Está
difícil de acreditar que nossos políticos querem o bem da população.
Mas tudo passa, tudo
passará. Resta saber o que sobrará para começar a reconstrução de nossa dignidade
econômica. A cada movimento político vemos uma eventual melhora dos indicadores
econômicos ficando cada vez mais distante. Mas, “minha terra tem a lua, tem
estrelas e sempre terá”, por isso temos que acreditar que não demorará muito
para acordarmos de nosso sono profundo para dar um basta nesta farra política
que estamos vivenciando.
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