O Governo Central não obteve um bom desempenho na arrecadação do primeiro quadrimestre de 2015. Segundo dados divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional a receita total no período foi 3,3% maior do que a observada no mesmo período de 2014 e 14,4% maior do que o de 2013. O montante arrecadado de janeiro a abril de 2015 foi de R$ 432,2 bilhões.
Embora esses valores sejam nominais e a variação positiva, se considerarmos a inflação elevada dos últimos 12 meses o resultado não pode ser visto como sendo dos melhores.
Da mesma forma as transferências do Governo Central aos estados e municípios também cresceram no período e a receita líquida total apurada no quadrimestre ficou somente 3,0% maior do que a do mesmo período do ano passado. O Governo Central teve à sua disposição para fazer frente a todas as suas despesas o montante de R$ 354,8 bilhões.
Mas para um governo que ficou em 2014 no vermelho e está falando tanto em ajuste fiscal, ou seja, em arrecadar mais e gastar menos, parece que não aprenderam a lição ou se aprenderam ainda não colocaram em prática. No período a despesa total cresceu 8,1% em relação ao mesmo período de 2014 e 18,9% em relação a 2013. O total das despesas nos primeiros quatro meses do ano foi de R$ 340,2 bilhões.
Com isso o resultado primário no período fechou com vergonhosos R$ 14,6 bilhões, ou seja, 50,9% menor do que o do primeiro quadrimestre de 2014. O acumulado em 12 meses em percentual do PIB, a preços de abri/2015, caiu 0,63%. Esses dados demonstram que o esforço tanto propalado não está sendo sentido nas finanças públicas federais.
Com esse desempenho fraco nas finanças públicas o "aperto" que deverá ser imposto aos brasileiros deverá ser muito forte. Isso se o Governo Federal quiser mesmo controlar as suas contas e conseguir melhorar os indicadores econômicos para tentar crescer um pouco em 2016 ou quem sabe em 2017.
O esforço em gerar superávit primário é necessário pois ele serve como uma reserva para pagamento de juros da dívida pública.
Somente no ano de 2014 foram pagos R$ 251,1 bilhões em juros nominais sobre a dívida e como não houve superávit primário esse montante foi apropriado na dívida, ou seja, aumentou a dívida pública para "incorporar" esse valor de juros. Essa prática pode aumentar o risco-país e pressionar os juros para cima. Com isso o crescimento é freado, podendo gerar desemprego.
Por conta disto temos que torcer e mesmo exigir que o governo faça economia e consiga o tão falado superávit primário. Mas se continuar do jeito que está vai ser muito difícil disso acontecer.
E o pior...
O pior, como sempre, fica para o povo.
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