Nos últimos três anos a
inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
acumulou um aumento de 19,28%. Para repor o poder aquisitivo dos trabalhadores
o salário mínimo foi reajustado em 26,68%, para o mesmo período. Esse índice representa
a reposição da inflação do período mais um ganho real de 6,20%, o que representa
o crescimento acumulado da economia nos anos anteriores.
Até aí tudo parece
maravilhoso, pois o salário mínimo está apresentando ganhos reais. Mas só
parece.
O índice de inflação é geral
e quando efetuamos uma análise dos diversos serviços e produtos que o compreendem
identificamos algumas distorções que prejudicam aqueles trabalhadores que
ganham até três salários mínimos.
Para exemplificar pegamos
somente o grupo alimentação e bebidas e a evolução dos preços neste mesmo
período. Este grupo teve um aumento de preços de 28,75%. Portanto acima do
aumento dos salários.
A alimentação no domicílio,
que compreende os preços dos produtos adquiridos nos mercados para fazer os
alimentos em casa, subiram 26,86% e a alimentação fora do domicílio, para
aquelas pessoas que fazem suas refeições e lanches em restaurantes e
lanchonetes, subiu 32,34%.
Considerando que o peso do
grupo de alimentação e bebidas nas despesas das famílias é de
23,12% e considerando que este grupo teve uma inflação maior do que a média do
indicador, podemos afirmar que as famílias deixam de consumir outros bens e deixam
de contratar outros serviços para garantir o sustento da família, uma vez que
os preços dos alimentos cresceram mais que os salários.
E tudo indica que essa
tendência não deva se reverter tão cedo.
Com isso podemos concluir que a atual política econômica do governo federal está afetando a todos, indistintamente, e de forma mais cruel as famílias mais pobres de nosso país.
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