quarta-feira, 14 de junho de 2023

Revolta nos preços

No último feriado decidi comprar um frango assado para o almoço. Inicialmente, dirigi-me ao local que habitualmente compro, na expectativa de encontrar o produto, mas infelizmente eles não estavam vendendo naquele dia. Decidi explorar o centro da cidade em busca de outro estabelecimento. Para minha sorte, encontrei o que procurava e prontamente solicitei o frango assado. Contudo, minha surpresa foi enorme quando me deparei com o preço cobrado: R$ 60.

Fiquei espantado com o valor excessivamente elevado do frango assado. Afinal, estamos falando apenas de um frango, por mais que esteja temperado, recheado e assado. No mercado agropecuário, o preço do frango é cotado em torno de R$ 6 o quilo. Entendo que existam despesas de intermediação, bem como o valor adicionado ao longo da cadeia e o lucro do comerciante. No entanto, mesmo levando isso em consideração, trata-se apenas de um frango. Geralmente, costumo pagar R$ 40, o que significa que o preço estava 50% mais alto. Diante dessa discrepância, acabei desistindo da compra.

O mesmo acontece com os preços dos combustíveis. A gasolina comum está custando em torno de R$ 5,45 o litro. Como tenho que viajar a trabalho todas as semanas, estou pagando R$ 4,89 o litro em outro município. O preço local está 11,5% mais caro, enquanto nos arredores de Apucarana os preços estão mais baixos.

Diante disso, podemos questionar as razões pelas quais alguns produtos são mais caros em Apucarana do que na região, no caso dos combustíveis, ou mesmo que tenha tanta diferença de preços dentro do próprio município, como no exemplo do frango assado. É claro que os preços são livres e devemos considerar que os comerciantes precisam obter seus lucros. No entanto, será que esses lucros precisam ser tão elevados?

Na economia, existem diferentes tipos de lucro: o lucro normal, que é razoável; os lucros extraordinários, que são mais altos; e os lucros com características de monopólio, que são excessivos. Existe competição no mercado de frango assado, e os preços variam. Cabe ao consumidor recusar pagar preços elevados, e os comerciantes perderão vendas e terão que se ajustar estrategicamente no mercado de carnes assadas.

Já o comércio de combustíveis não é um monopólio. Trata-se de um oligopólio, onde há poucos vendedores para um grande número de compradores. No entanto, deveria ser um oligopólio competitivo, onde os preços variam consideravelmente e os consumidores tenham opções com preços mais baixos, pois o produto é homogêneo. No entanto, a variação dos preços é muito pequena e os preços finais são muito próximos.

No caso da carne assada, podemos optar por comprar em um lugar mais barato ou até mesmo escolher outro produto substituto. Porém, no caso dos combustíveis, a maioria da população não tem essa opção, a menos que precise se deslocar para outras localidades e aproveitem os preços mais baixos dos combustíveis.

Poderíamos considerar que é ganância por parte de alguns vendedores de frango assado e combustíveis? Acredito que não. É apenas uma questão de oportunidade. Os consumidores podem corrigir os preços dos frangos assados não comprando nos estabelecimentos mais caros, mas no caso dos combustíveis, temos uma falha de mercado. E quando há falhas de mercado, a solução deve ser proporcionada pelo poder público. Portanto, esperamos que as autoridades competentes abordem e resolvam esse problema. Afinal de contas, merecemos pagar um preço mais equilibrado pelos combustíveis em nossa cidade. Ou será que precisaremos de uma revolução para isto?


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