Existem duas áreas de pesquisa
em economia que estão se destacando no mundo: a economia do crime e a economia
da corrupção. A primeira, embora tenha o seu conceito essencialmente jurídico,
tem os seus impactos econômicos que podem ser considerados tanto como sendo as
causas quanto as consequências da variação nas taxas de criminalidade.
A discussão da influência do
crime na sociedade e sua relação econômica pode ser presenciada nas obras dos
filósofos Platão e Aristóteles passando por São Tomás de Aquino. Em todas estas
abordagens, de forma direta ou indireta, se relaciona o aumento da
criminalidade com o aumento da miséria do povo. Creio que boa parte da
população possui esta percepção, também. A realidade é que a medida em que as
taxas de criminalidade aumentam, há a necessidade de que o estado direcione
mais recursos orçamentárias para os setores de segurança pública para prevenir,
investigar e punir os criminosos.
Estas despesas são
concorrentes com outras também necessárias e, considerando a existência de
restrição orçamentária do governo, quando se aumentam recursos para uma
determinada área necessariamente se reduz a de outra ou das outras.
Já a corrupção é considerada
outro problema grave que contribui para a falta de recursos para as políticas
públicas prioritárias. No caso brasileiro há estudos que estimam que o custo da
corrupção no país varia entre 1% a 4% do PIB. Estes estudos datam de mais de
dez anos, mas a percepção não é de que a corrupção tenha reduzido no Brasil.
Seria muita inocência acreditar que a corrupção tenha reduzido por aqui.
De acordo com a ONG
Transparência Internacional, que divulgou o Índice de Percepção da Corrupção de
2020, o Brasil tem se mantido estagnado em patamar ruim no ranking do estudo.
Nele, de 180 países listados o Brasil ocupa a 94ª posição com 38 pontos, numa
escala de zero a 100. Em 2012 estávamos com 43 pontos, portanto pioramos. A
Dinamarca ocupa a melhor posição, com 88 pontos, juntamente com a Nova Zelândia,
seguidas por Finlândia, Singapura e Suécia, com 85 pontos.
Se as estimativas dos custos
da corrupção estiverem corretas e se mantiveram ao longo dos últimos dez anos,
este custo pode variar entre R$ 74,4 bi e R$ 298,0 bi. É muito dinheiro que
nossa sociedade está deixando de aplicar nas áreas prioritárias na busca de
melhoria da qualidade de vida da população. Para se ter uma ideia do valor o
estado do Paraná teve um total de receita corrente no ano de 2020 de R$ 58,2
bi.
Nestas duas áreas de estudo, o
crime e a corrupção, a sociedade, através de seus agentes políticos, deveria
dar respostas eficientes de combate. Entretanto, o que vemos é a inércia ou a
demora em se encontrar as soluções necessárias. Com isto, há uma ausência de
dispositivos de controle que impeçam estes eventos. Se combatermos a corrupção
teremos mais recursos para as políticas públicas. Com mais políticas públicas
se reduz a miséria e, consequentemente, se reduz as taxas de criminalidade.
Os dispositivos de controle
interno e externo não estão dando conta de arrefecer a corrupção em nosso país.
A esperança fica com o controle social. Porém, para que este seja efetivo e
eficiente a população deve participar. Mas o que vemos é um desalento ou
acomodação de muitas pessoas quando se discute temas de corrupção. As pessoas
não querem se envolver ou demonstram não se incomodar. Até parece que estamos
todos vacinados contra a corrupção e que ela não afeta nossas vidas. Não é
assim. Mais do que nunca precisamos combater a corrupção em nosso país.
Esse discurso "anti corrupção" que foi implantado na mente dos trabalhadores levou o Brasil para um poço sem fundo. Discurso que trouxe intenções obscuras com a finalidade da elite conservadora se perpetuar no poder. Hoje, essa msm elite conservadora se deleita da corrupção q se dizia contra. As pautas "básicas" da classe trabalhadoras são e devem ser as pautas da garantia da subsistência. Da garantia da dignidade humana. Politicas públicas de Saúde,educação, moradia e geração de empregos.
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