Como as expectativas estão indicando uma proximidade com o teto da meta é de se esperar que o Copom efetue novos aumentos da Selic ao longo do ano para tentar convergir a inflação para o centro da meta. Isto implica em aumento do custo do crédito num período em que a atividade econômica está se arrastando por conta das medidas restritivas e de combate a pandemia do coronavírus.
Com isto, as projeções do mercado para o crescimento do PIB no ano tiveram uma mediana de 3,18%. Na semana passada a projeção era de 3,22% e há um mês era de 3,29%. Já o próprio Banco Central revisou sua projeção para o PIB de 2021 de 3,8% para 3,6%, demonstrando que a condução da política econômica deverá diminuir o ritmo de retomada da atividade.
Dentro desta revisão do Bacen está uma aposta de que o consumo das famílias deverá retomar de forma vigorosa. A projeção para o crescimento do consumo das famílias para 2021 é de 3,5%. É possível que se tenha esta reação e até mais se o ritmo da vacinação for aumentado e os setores retomarem as sua atividades com maior velocidade. É claro que temos que lembrar que este aumento do consumo é avaliado com base no dado observado em 2020, quando o consumo caiu 5,5% em relação ao observado no ano de 2019.
Mais uma vez espera-se que o setor agropecuário dê uma forte colaboração para o nível de atividade econômica. Em 2020 o PIB agropecuário cresceu 2% e para 2021 as estimativas do Bacen são de manutenção do crescimento em 2%. Já o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) projeta um crescimento do PIB agropecuário em 2,2%. O crescimento da produção vegetal é estimado em 2,3% puxado pela nova safra recorde de soja e a estimativa é de um crescimento da produção animal de 1,9%, com destaque para a produção de aves.
É claro que as projeções para a inflação e para o PIB de 2021 dependem das ações de política econômica que busquem tanto viabilizar a retormada do crescimento quanto tentar manter os principais agregados econômicos dentro de parâmetros aceitáveis, com uma atenção especial para a política fiscal no tocante a carga tributária e na forma com que as despesas ocorrem para contribuir com o setor produtivo. Tudo isto irá refletir na confiança dos agentes econômicos no governo e deverá dar tom das políticas a serem implementadas. E os agentes já estão se manifestando.
Como sempre bem elaborado. Parabéns!
ResponderExcluirParabéns! Como sempre bem elaborado.
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