A cada evento econômico deste
os brasileiros ficam mais pobres. A esperança reside numa ação enérgica de
nossos governantes para combater os aumentos dos preços, mas o que vemos é uma
total inércia deles somados a desculpas esfarrapadas e uma cultura de tentar
jogar a culpa para os outros. O governo federal fala que a culpa é dos estados
e vice-versa. Respostas e ações coerentes, que é o que o povo espera, não
vemos.
Na semana passada tivemos uma
notícia veiculada no estado do Paraná indicando que os combustíveis iriam
aumentar por conta de uma atualização no cálculo do ICMS. Nas redes sociais
começou uma avalanche de críticas ao governador do estado que também se
utilizou das redes sociais para atestar que não irá autorizar aumento do ICMS.
Na mesma linha a Secretaria da Fazenda do estado emitiu nota de esclarecimentos
informando que o estado não reajusta a alíquota dos combustíveis há seis anos.
É verdade. O governo não
alterou a alíquota do ICMS sobre os combustíveis. Neste ponto o governo está
correto. Porém, eles não confirmam que a alíquota do imposto sobre o preço da
gasolina é a quarta maior do país, 29%. Atualmente, os estados praticam oito
faixas de alíquotas de ICMS sobre a gasolina, variando entre 25% e 34%. A maior
alíquota é do estado do Rio de Janeiro, seguido pelo estado do Maranhão com 30,5%
e Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul com 30%. Daí vem nove estados,
dentre eles o Paraná, com a alíquota de 29%. Abaixo desta faixa temos treze
estados que cobram alíquotas menores do que do nosso estado.
A alíquota do ICMS no Paraná
está acima da média e da mediana do país. Já para o etanol e óleo diesel as
alíquotas se encontram abaixo destes indicadores, sendo cobrados 18% e 12%,
respectivamente.
É claro que podemos cobrar
nosso governo para reduzir a alíquota do ICMS sobre os combustíveis para que
possamos sofrer menos com a inflação, porém isto não sensibilizará nossos
agentes políticos de forma real. Pode até ser que encontremos deputados,
prefeitos e vereadores que façam manifestações para a redução da alíquota do
imposto sobre os combustíveis em nosso estado, mas para isto acontecer haverá
renúncia de receita e tem que ter cortes de despesas. Doce ilusão.
Nosso estado arrecadou algo em
torno de R$ 5,8 bilhões de ICMS somente sobre a gasolina, etanol e óleo diesel
em 2020. Este valor representa cerca de 18% do total arrecadado somente com o
ICMS. Este valor já foi menor do que o arrecadado em 2019, o que implica que o
estado já está sofrendo com a queda na arrecadação. Sem falar que 25% do valor
arrecadado é distribuído para os municípios paranaenses.
É claro que nossos agentes
políticos não aceitarão reduzir a arrecadação e irão dizer que não podem
renunciar a receitas, porém se reduzirem despesas eles podem propor uma redução
na alíquota. E é possível que tenham algumas despesas desnecessárias e outras
menos prioritárias que possam ser reduzidas. Basta querer. O debate está aberto
e temos que discutir uma reforma tributária e administrativa em nosso país.
Somente assim podemos começar a ver uma luz no fim do túnel.
Antes de discutir a reforma tributária é preciso, nescessário fazer a reforma política. O câncer brasileiro é o político e suas políticas.
ResponderExcluir