O número de infecções e óbitos
por causa da Covid-19 está aumentando e tende a se agravar nas próximas
semanas. Paralelo a isto temos uma grave crise econômica aliada a um aumento
generalizados dos preços dos combustíveis, gás de cozinha e alimentos. A miopia
é intencional. Pretende distorcer a verdade dos fatos e esconder a incapacidade
do governo (ou de seu governante) de tratar com a devida responsabilidade as
questões prioritárias com transparência.
Uma boa parte dos países do
mundo estão com a vacinação avançando e retomando as atividades produtivas,
situação que não está acontecendo no Brasil. Pelo contrário, estamos
paralisando, novamente. Com a retomada da atividade econômica no resto do mundo
está ocorrendo um aumento da demanda de insumos e as commodities estão se
valorizando, o que deveria beneficiar nossa economia com o aumento das exportações
e, com isto, ocorreria uma valorização da nossa moeda anulando o aumento dos
preços no mercado internacional e arrefecendo a inflação interna.
Mas como nosso governo não
está planejando adequadamente os seus atos temos um rombo fiscal que está aumentando
o risco-país e desvalorizando nossa moeda. Com isto, o aumento dos preços das
commodities é potencializado com o aumento da taxa de câmbio puxando nossa
inflação para cima. Como o Brasil utiliza o sistema de metas de inflação a
resposta esperada para combater a inflação é o aumento da taxa de juros.
Na outra linha o presidente vê
a sua popularidade em baixa e a pressão dos caminhoneiros por conta do aumento
do preço do diesel. E não é somente o preço do diesel que está subindo, também
estão subindo os preços da gasolina, etanol e gás de cozinha.
Agora Bolsonaro cumpriu a sua
fala e o governo federal zerou a incidência de PIS e Cofins sobre o diesel e
gás de cozinha. No caso do diesel a validade da redução é por dois meses, já
para o gás de cozinha a medida é permanente. Só que para fazer isto o governo
federal terá que onerar outros setores, neste caso irá aumentar a carga
tributária das instituições financeiras e alterar as regras do IPI para
aquisição de veículos por pessoas com deficiência, além de reduzir subsídios
para a indústria química.
Estas medidas resolverão a situação do aumento dos preços? Não. A redução nos preços do diesel será somente por dois meses e depois volta ao normal. E ainda temos os casos dos preços da gasolina e do etanol. No caso da gasolina a carga tributária pode variar de 44% a 48% do preço final da gasolina, sendo que no Paraná somente o ICMS é de 29% sobre a gasolina, de 18% sobre o etanol e de 12% sobre o diesel. Já sobre o gás de cozinha o ICMS no estado é a maior alíquota praticada no país, de 18%.
Não é somente uma pequena e temporária redução de impostos federais que irão amenizar a situação dos brasileiros, em especial os mais pobres, mas sim uma reforma tributária ampla, seguida de uma reforma administrativa e da rediscussão do pacto federativo e de redução de repasses para os outros poderes. As medidas que estão sendo tomadas são paliativas e tratam de “empurrar” os problemas para frente. Estão preparando um verdadeiro “cavalo de Tróia” para os brasileiros.
Muito esclarecedor seu artigo. Gostei.
ResponderExcluirO Presidente já passou por inúmeras fases... BolsoNero, BolsoCaro e agora BolsoLero! O problema consiste na ausência de qualquer plano de governo exequível! O governo está perdido e não tem a mínima ideia do que fazer. Parece que estamos indo da miopia para a fantasia, onde nos tornamos um enorme moinho de vento ao estilo pixotesco!
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