O costume de Bolsonaro falar
com seu séquito fanático sem nenhuma pauta pré-definida provoca estragos
gigantescos e uma prova disto é o recente caso da troca de comando na
Petrobrás. Pressionado pelo movimento dos caminhoneiros por causa das
sucessivas altas no preço do diesel o presidente vociferou frases prontas que
seus fãs gostam de ouvir e anunciou a demissão do presidente da Petrobrás com
críticas ácidas e improcedentes ao mesmo tempo que já indicou o general Joaquim
Silva e Luna como seu sucessor.
Que a indicação do presidente
da Petrobrás é uma prerrogativa do presidente da República não se discute,
porém deve-se atentar que a empresa possui acionistas no mundo todo que
investem em suas ações por conta da possibilidade de lucros. Quando uma empresa
dá indícios de que terá uma gestão temerária há um movimento de venda de suas
ações, desvalorizando o seu valor de mercado.
É isto que aconteceu nos
últimos dias com a Petrobrás. Muitos investidores preocupados com as
declarações de Bolsonaro acerca da troca de comando e criticando os aumentos
sucessivos do preço dos combustíveis deu sinais de que pretende interferir na
política de preços da empresa, o que prejudica a sua rentabilidade. Por conta
disto, muitos investidores começaram a se desfazer de suas posições acionárias
da Petrobrás, o que gerou uma desvalorização das ações da empresa, causando uma
perda de valor de mercado em torno de R$ 100 bilhões.
O que preocupa Bolsonaro é
somente a sua popularidade que está em queda e que pode prejudicar o seu
desempenho nas eleições de 2022. Por isto não está medindo esforços no sentido
de anunciar políticas populistas como a redução dos preços dos combustíveis e
da energia elétrica, aumento de gastos públicos e a volta do auxílio
emergencial. Ele parece não estar preocupado com as consequências de seus atos,
uma vez que não se pode fazer tudo isto de qualquer forma, sem planejamento.
Para tudo tem que se ter um método, coisa que Bolsonaro não tem.
A política de preços da
Petrobrás não é unanimidade. Há quem discorde com sua base no preço
internacional porque cerca de 80% de sua produção é doméstica, portanto, seus
custos não deveriam seguir os preços internacionais que sofrem influência do
cartel da OPEP acrescidos da variação cambial. Para eles a precificação dos
combustíveis deveria seguir os custos internos acrescidos de uma taxa de lucro.
O presidente Bolsonaro está
atuando como uma matraca desvairada que, com sua idiossincrasia, poderá
provocar oscilações significativas na inflação, juros e taxa de câmbio
desestruturando os fundamentos da economia e dificultando a retomada do
crescimento econômico que tanto necessitamos para a redução do desemprego e
melhoria do nível de renda para amenizar o aumento da pobreza e extrema
pobreza.
Bolsonaro está cometendo os
mesmos erros de Dilma, fazendo os mesmos movimentos. Com efeito, todos
sofreremos as consequências perversas de seu projeto particular de reeleição.
Tomara que ele escute os seus assessores da área econômica e revise sua
intenção de interferir na política de preços da Petrobrás, deixando isto para
os especialistas.
É uma mistura do Governo Dilma com o Governo Sarney
ResponderExcluirNão concordo totalmente que o governo Dilma tenha sido tão ruim economicamente, mas ela errou muito. Mas concordo totalmente com o título e o restante o texto, pois Bolsonaro é um irresponsável, desqualificado e ao falar no improviso só comete besteiras como e especialmente, neste caso da Petrobras.
ResponderExcluirContinue nos brindando com textos relexivos assim.