Temos, de certa forma, um
fanatismo religioso, mas conseguimos conviver muito bem com a diversidade
religiosa que não impõem divergências violentas como acontece em outros países.
Temos o fanatismo por futebol onde ainda existem as torcidas organizadas que já
demostraram que são extremamente violentas e até o presente momento nossa
organização social ainda não decidiu pelo banimento destes grupos que destoam
de nosso conjunto social.
Há diversos relatos de brigas
entre torcidas organizadas tendo como resultado a depredação do patrimônio
público e privado, muitas pessoas feridas e algumas até perdendo a vida. E
ainda persistimos em permitir a existência dessas agremiações. Até entre amigos
e familiares existem divergências motivadas pelo fanatismo por futebol que
causam discórdias. Não deveria ser assim, mas é.
Também temos os fanáticos por
política e por políticos. No mundo todo existem esta modalidade de fanatismo
que se torna mais intenso conforme o nível cultural da sociedade.
Todos dependemos de política,
não podemos nos desinteressar por política porque é ela que define todas as
regras de convivência social e a utilização plena de nossos direitos e o acompanhamento
do cumprimento de nossos deveres. Não gostar e não discutir política serve como
uma delegação para que outras pessoas o façam por nós, o que é temerário. Se
preocupar, discutir e influenciar na política é uma demonstração de nível
cultural elevado de uma sociedade, e esta prática deve ser preservada.
Já a adoração e o fanatismo
por políticos são controversos, embora também sejam comuns. Atualmente, isto
está muito evidenciado em textos que recebemos em aplicativos de mensagens
instantânea e nas redes sociais. Temos uma grande cisão social, onde uma
parcela defende um fanatismo exagerado pelo presidente Bolsonaro, uma outra
parcela defende uma oposição focada na figura do ex-presidente Lula e ainda
temos pequenas parcelas que defendem outros políticos e até mesmo alguns que
buscam aplicar a chamada racionalidade humana.
Há que diga que o governo
Bolsonaro é o melhor de todos os tempos, não acredito nisto. Já há quem diga
que é o pior do período da redemocratização. Também não acredito nisto e costumo
dizer que na questão social e econômica ele não é o pior do período porque
tivemos o governo de Dilma Rousseff. O governo Bolsonaro pode até não ter tido
tempo de fazer muita coisa na área social e econômica, mas o problema é que não
apresentaram um projeto de resgate econômico e social.
A defesa intransigente de
figuras políticas, beirando a idolatria, como ocorre com Bolsonaro e Lula, são
extremamente danosas para a sociedade e fere de morte a racionalidade econômica
e social. Temos que ter um limite para o fanatismo com nossos políticos e este
limite deve ser a racionalidade. Não há argumentos e inexistem fatos que os
coloquem como “salvadores da pátria” ou como “mitos”. Basta uma simples análise
conjuntural, sem precisar aprofundar em questões estruturais para constatar que
há muito por se fazer e nada sendo feito.
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