A insistência negacionista do
presidente e de seu séquito foi responsável por este atraso no Brasil. Se
tivessem se preocupado com isto o governo teria se posicionado estrategicamente
e poderíamos ter a garantia de atendimento de quantidades maiores de vacinas.
Mais uma vez ficaremos para trás por causa da teimosia de pessoas autoritárias
que pensam que sabem o que é melhor para a população.
Se não bastasse isto, os
governos estaduais e o federal querem impor o retorno da vida cotidiano mesmo
sem a garantia de vacinação. Isto é temerário, embora tenhamos que buscar
alternativas para isto. O próprio retorno das aulas no formato presencial ou
híbrido gera muitas divergências de opiniões. Mas se permitimos aglomerações em
festas, praias, clubes, bares, restaurantes e em inaugurações de prefeituras
sem o devido protocolo não podemos estranhar que tenham pessoas que concordem
com o retorno das aulas com o cumprimento de protocolos de segurança.
O próprio governo do estado do
Paraná autorizou o retorno presencial das aulas e a Secretaria de Estado da
Saúde emitiu Resolução estabelecendo como devem ser os cuidados nas escolas públicas
e privadas para este retorno. Inclusive estabelece a disponibilização de
insumos e intensificação dos serviços de limpeza e desinfecção. É o correto,
mas será que as escolas públicas e privadas têm recursos financeiros, materiais
e humanos disponíveis para cumprir com estes procedimentos? Se tivéssemos com o
cronograma de vacinações mais avançado as coisas poderiam ser mais fáceis e
menos arriscadas.
E acompanhando tudo isto temos
a economia que não dá mostras de retomada da atividade, até porque umas pessoas
estão com receio de sair e consumir e outras não conseguem consumir porque não
possuem renda porque caiu o movimento de seus respectivos negócios ou porque
perderam os empregos.
E para piorar as coisas os
preços não param de subir. Alimentos, combustíveis, transporte coletivo e
outros serviços públicos estão tendo seus preços majorados normalmente, se
contrapondo à queda da demanda por falta de renda. Nos próximos quatro anos,
incluindo 2021, temos uma expectativa de inflação de 14,3%, sendo que os preços
administrados por contratos ou monitorados aumentarão 16,1%.
Também temos uma expectativa
de crescimento do PIB de apenas 11,4% para o mesmo período, o que significa que
os empregos que se perderam nos últimos quatro anos não serão recuperados nos
próximos quatro, com o agravante de que os salários reais perderão poder
aquisitivo por conta da inflação em alta.
Com a não retomada do
crescimento da economia de forma vigorosa e com a manutenção do desemprego em
patamares elevados há uma tendência de termos um aumento da extrema pobreza no
país, fato que somente poderá ser amenizado com a manutenção do auxílio
emergencial. Porém, as contas públicas não comportam mais gastos que gerem
déficits.
Mas nossos políticos querem a
manutenção do auxílio emergencial sem que seja considerado o teto de gastos e
sem os respectivos cortes de despesas. Querem mágica. Temos que descobrir como
acender as luzes da razão e apagar a escuridão da ignorância e individualismo
de alguns agentes políticos.
0 comentários:
Postar um comentário