Quando Bolsonaro ainda estava
em campanha para a eleição presidencial apresentou Paulo Guedes como a solução
para todos estes problemas e tudo indicava que as soluções viriam de imediato,
através de tratamento de choque, pois a conjuntura da época exigia celeridade
nas respostas da futura equipe econômica.
Desde que Michel Temer assumiu
a presidência da República o gradualismo econômico não estava sendo previsto
como alternativa, pois a sociedade necessitava de respostas rápidas para o
aumento do desemprego e para a recessão econômica que estávamos passando por
conta da crise fiscal gerado no governo de Dilma Rousseff.
Diante do cenário da época
Temer teria que implementar diversas reformas para tentar reverter a situação
econômica adversa, porém teve que recuar quando se viu envolvido com denúncias
e pressões do chamado “Centrão” por cargos para garantir o apoio no Congresso
Nacional. Com isto as reformas que anunciara não foram implementadas e
continuamos amargurando baixo crescimento econômico e desemprego persistente em
patamares elevados.
Com a eleição de Bolsonaro e
com o encantamento do mercado e de muitos brasileiros pela narrativa de Paulo
Guedes era de se esperar uma retomada vigorosa da economia e, com isto, a
redução do desemprego. Nada disto aconteceu. É claro que em 2020 tivemos a
pandemia que está se estendendo até os dias atuais com influências danosas para
a economia, só que pelo tanto que prometeram e falaram algumas das reformas
prometidas deveriam ter sido articuladas em 2019. Até porque do jeito que
falavam parecia que já estava tudo diagnosticado e pronto para ser
implementado. Tudo conversa fiada.
Embora tenham feito uma
reforma na Previdência, esta não foi e não será capaz de ajustar as contas
públicas e muito menos para garantir o aumento da produtividade de nossa
economia. Os defensores intransigentes do governo Bolsonaro podem até se
alvoroçar e negar que estamos vivenciando um estado letárgico. Irão vociferar,
agredir verbalmente, tentar desqualificar as críticas, mas contra fatos não há
argumentos. Nada de relevante se fez até o momento para retomar o crescimento
da economia.
A única medida coerente foi o
auxílio emergencial implantado em 2020 e com promessas de não continuidade.
Agora, diante das pressões políticas, já admitem a volta do auxílio se o
Congresso aprovar redução de despesas com pessoal, como se o único problema
fosse o gasto com pessoal. O governo federal não tem muita margem orçamentária
para reduzir gastos obrigatórios e não querem mexer nas demais espécies de
gastos. Por que não querem discutir a redução de repasses para os outros
poderes? Por que não querem rever o pacto federativo? São perguntas que, ao que
tudo indica, nunca serão respondidas.
O que se esperava do governo
que foi eleito como sendo a redenção, era que em “cada enxadada se encontrasse
uma minhoca”. Nos enganamos, não tem nada de novo neste governo. Pelo
contrário, muitas coisas que antes iam bem agora estão quase que paralisadas.
Mesmo que os defensores governistas venham bradar o contrário não podemos nos
acovardar e deixar de cobrar soluções. Isto serve tanto para o nosso
comportamento diante do governo federal quanto diante dos governos estaduais e
municipais.
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