Mas para que isto ocorra é
necessário que o cenário político interno esteja estável, caso contrário os
investimentos não retornam. Nosso país tem vivenciado momentos de extrema
tensão com relação ao cenário político, onde o presidente Bolsonaro continua
criando polêmicas desnecessárias e causando incertezas no cenário interno e
externo.
Além disto há incertezas
acerca do equilíbrio nas contas públicas no médio prazo, pois as expectativas
apontam que o resultado primário se manterá deficitário até o ano de 2024 e a
dívida líquida do setor público deverá atingir o equivalente a 76% do PIB no
mesmo ano, o que demonstra que o desequilíbrio fiscal iniciado no governo Dilma
e aprofundado por conta da crise econômica causada pela pandemia comprometeu as
finanças não só do governo atual, mas também as do próximo.
No meio deste cenário temos as
finanças dos governos estaduais e municipais que dependem dos repasses federais.
Com a crise fiscal do governo federal, a dificuldade de se manter as despesas
dentro do teto de gastos e a necessidade de financiamento dos déficits fiscais
o governo federal poderá ter dificuldades para manter transferências
financeiras de auxílio para estados e municípios.
Se o discurso liberal da
equipe econômica de Bolsonaro se mantiver e isto influenciar as decisões de
política fiscal os estados e municípios passarão por um aprofundamento dos
problemas fiscais nos próximos quatro anos e por isto é muito importante que os
eleitores façam escolhas responsáveis agora em 2020 para gerir os municípios e
para os estados e mesmo o governo federal, em 2022.
Com o quadro que está se
desenhando para o curto prazo os municípios que não estão com dificuldades
financeiras poderão começar a tê-las e os que já estão em crise terão os seus
problemas agravados. Para amenizar a solução é escolher gestores competentes e
responsáveis, mas este juízo é muito difícil de ser feito no calor das
campanhas eleitorais.
Em todos os ambientes que
dependem de escolhas políticas é comum os candidatos proporem o que não é
possível de se executar e muitos que já estão no poder nem se preocupam em
propor, se limitam a tentar convencer que as coisas estão boas e que não é
momento de mudanças.
Mas o que todos devem ter
clareza é que nos próximos anos teremos muitas dificuldades e a solução para um
abrandamento é ter uma gestão fiscal eficiente, o que implica em mudar o foco
das despesas de muitos estados e municípios.
Pode até ser que o governo federal resolva manter os auxílios financeiros para os outros entes federativos, mas o custo será muito alto para todos com inflação e juros elevados, baixo crescimento e manutenção do desemprego em níveis elevados. Com efeito o custo de vida poderá aumentar bem como o nível de pobreza e extrema pobreza.
As decisões dos gestores públicos não são fáceis. Possuem custos altíssimos, tanto políticos quanto sociais. Porém, o momento de decisão começa agora com as escolhas de vereadores e prefeitos que tenham competência e comprometimento com suas comunidades. O voto consciente é a solução que nos resta, portanto vamos tentar usá-lo com inteligência.
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