No curto período eleitoral em
que os eleitores estão se manifestando temos a retomada das mesmas demandas e
reclamações das eleições municipais anteriores, ou seja, há reclamações sobre a
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a
assistência aos desamparados.
Isto não poderia ocorrer até
porque estes são os direitos sociais expressos na Constituição Federal que
todos os cidadãos possuem e que são deveres do Estado. Assim sendo, não é
aceitável que as pessoas estejam reclamando da falta de direitos que devem ser
supridos pelo setor público. Mas na prática isto é recorrente na grande maioria
dos municípios brasileiros.
Neste ano a saúde está mais
evidenciada por conta da pandemia, porém a falta de pessoal, de estrutura e de recursos
para custeio e investimentos é histórica. Estas deficiências não são novidades
nem na saúde e nem nas outras áreas sociais.
A imprensa tem destacado
vários episódios de má aplicação ou mesmo de não aplicação de recursos públicos
que foram encaminhados para os municípios. Só que os órgãos de controle interno
e externo não têm logrado êxito na prevenção destes eventos que se tornam, no
jargão deles, como sendo “achados”. Em outras palavras os órgãos de controle
fiscalizam e encontram algumas ou várias inconformidades na aplicação dos
recursos públicos. E daí?
Pois bem, pode até ser que
consigam punir alguns agentes políticos pelos maus feitos, porém o dinheiro que
deixou de ser aplicado nas áreas sociais não volta e as pessoas que clamavam
pelos seus direitos sociais ficaram com os prejuízos. Alguns até perderam suas
vidas, no caso da saúde pública. Outros terão as oportunidades de um futuro
melhor reduzidas, no caso da educação. Outros tantos também sofrerão com falta
de moradia, lazer, segurança e assistência social.
Mas não pode e não deve ser
diferente: temos que escolher as pessoas que deverão administrar as cidades e
estas escolhas devem ser pautadas em critérios de competência. Temos que
acreditar que há solução para todos os problemas que se encontram postos, sem
acreditar em “salvadores da pátria”, até porque não se resolvem os problemas
relativos aos direitos sociais no curto prazo. Não tem fórmula mágica. Isto
demanda muito tempo, recursos e competências técnicas.
O que estamos presenciando nas eleições municipais é a mesma retórica das eleições anteriores. Os candidatos que estão concorrendo à reeleição justificam o que não fizeram e prometem fazer nos próximos quatro anos. Fazendo o contraponto temos os opositores que também prometem fazer o que não foi feito pelos que administram as cidades.
Muitos poucos demonstram como irão fazer, porém o que é certo é que tudo tem solução e ela passa pela capacidade de gestão. O que os eleitores devem observar não é somente a visibilidade dos candidatos durante a campanha, mas se eles realmente possuem competência para mudar radicalmente nossas vidas. A sociedade não precisa de mais do mesmo, precisa de respeito e responsabilidade dos novos gestores.
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