Os fatores ou recursos
produtivos existem em quantidade limitada e daí é que se originam os problemas
econômicos, pois os tomadores de decisões devem escolher como utilizar estes
recursos. Se contrapondo a isto temos que as necessidades humanas são
ilimitadas, concorrentes e crescentes.
Para ter o melhor
aproveitamento dos recursos, bem como para se tentar maximizar a satisfação das
famílias é necessário compreender quais são os problemas econômicos e decidir
quais as necessidades da população que serão atendidas com os recursos
escassos. Daí surgem as questões fundamentais do problema econômico, que são: O
que e quanto produzir? Para quem produzir? Como produzir? Onde produzir? Quando
produzir?
Os principais desafios de qualquer
economia são dar as respostas adequadas para as questões fundamentais. Numa
economia de mercado, as respostas são dadas pelas agentes econômicos, sendo que
o governo possui uma participação marginal, ou seja, pouco expressiva. No caso
de economia com o seu planejamento mais centralizado, ou tidas como sendo de
esquerda, as decisões são tomadas pelo governo.
Nesta perspectiva analítica
podemos considerar que as prefeituras (ou os prefeitos e prefeitas) de
municípios de pequeno e médio portes possuem uma gestão de esquerda, pois as
respostas de como aplicar os recursos públicos são dadas pelos agentes
políticos. Isto não quer dizer que seja ruim, desde que haja um processo
participativo para identificar as reais necessidades da sociedade e se busque o
seu atendimento com respostas eficientes para as questões fundamentais.
Entretanto, o que vemos na
prática é que as decisões sobre como aplicar os recursos públicos, que são
escassos, nem sempre são definidas com a devida audiência das necessidades da
população. Pelo contrário, na maioria das vezes as decisões seguem os
interesses de grupos de interesses, sem que as necessidades da população sejam
plenamente consideradas nas decisões.
Isto é uma verdade
incontestável, caso contrário não teríamos notícias de que a população está
necessitando de medicamentos, de que as filas para consultas com médicos
especialistas são longas e demoradas, que o desemprego está aumentando, de que a
extrema pobreza está ficando mais evidente, e tantos outros eventos negativos
para a sociedade.
Mas o que vemos na verdade é que muitas coisas acontecem de forma sazonal, ou seja, de quatro em quatro anos, nas proximidades das eleições. Não estou falando de nenhum caso concreto, mas de um quadro geral que ocorre em muitos municípios brasileiros. Por conta disto tudo, a gestão municipal deveria ser mais participativa e os desejos e necessidades da população deveriam ser auscultadas com mais eficiência, ao invés de as decisões ocorrerem somente por conveniências políticas.
A sociedade deve ajudar a responder as questões fundamentais dos problemas econômicos e sociais que a afligem. Qualquer prática diversa é tendenciosa e deve ser questionada. Afinal de contas, o poder emana do povo e em seu benefício é que deve ser utilizado.
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