Pode até ser que em alguns
momentos ou em alguns lugares tenham logrado êxito, porém muitas das
experiências liberais propostas foram colocadas em prática sem uma avaliação
mais criteriosa. Muitas questões fundamentais não foram consideradas e alguns
destes governos já deram ou estão dando água.
O que muitas destas pessoas
não consideraram são os conceitos elementares e princípios fundamentais para se
conceber políticas econômicas e colocá-las em prática. Todo sistema econômico
possui as suas respectivas imperfeições no seu funcionamento e o processo
histórico e a forma com que as economias foram geridas nos últimos anos podem
ter resolvido algumas delas, porém agravado outras.
Via de regra, as falhas no
funcionamento de uma economia surgem de problemas na alocação dos recursos
existentes, bem como da má distribuição de renda, problemas de flutuações de
preços e baixo crescimento econômico. Com efeito, temos perturbações na
organização dos sistemas econômicos que são corrigidos com a atuação do estado
na economia.
Não se trata de ser liberal,
neoliberal, esquerdista ou mesmo socialista, trata-se do papel fundamental dos
governos de garantir a condição de bem-estar social. O governante que despreza este
papel do estado somente conseguirá agravar os problemas sociais existentes,
pois o livre mercado “per se” não dará conta de corrigir as imperfeições do
mercado.
Porém, problemas podem ser
gerados a partir de erros na dosimetria de atuação do estado que pode se
multiplicar e extrapolar as funções convencionais de educação, saúde,
infraestrutura, justiça e a busca pela condição de bem-estar social.
Com a crise econômica causada
pela pandemia da Covid-19 praticamente todas as nações tiveram que potencializar
a atuação de seus governos na economia com programas de transferência de rendas
para tentar amenizar o avanço da extrema pobreza com a queda abrupta da
atividade econômica e avanço do desemprego.
No caso brasileiro, se o
governo federal não lançasse os auxílios emergenciais a crise social, com
certeza, teria se agravada tanto e arremessado nossa economia numa condição de
extrema pobreza compatível com a experimentada na primeira metade do século
passado. O auxílio emergencial foi e é importante, porém o governo federal
deveria estar estudando alternativas para a retomada sustentável da atividade
econômica, o que parece que não está ocorrendo como deveria.
O Centro de Liderança Pública
(CLP) estima que com o fim do auxílio emergencial a extrema pobreza poderá
subir para 9,5% da população, sendo que antes da pandemia estava em 2,3%.
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