São temas que custam muito caro para o presidente, porém ele foi convencido da necessidade de se criar o novo tributo e tem a convicção de que somente conseguirá manter sua popularidade e aprovação com a manutenção de um programa de transferência de renda que substitua o Bolsa Família.
Chegou a declarar que não
iriam mais falar do programa Renda Brasil e que o Bolsa Família continuaria.
Pois bem, não falaram mais do Renda Brasil, criaram uma proposta alternativa e
a batizaram de Renda Cidadã.
O anúncio foi feito sem a
apresentação de maiores detalhes, embora indicado que os recursos seriam
oriundos do Fundeb e das reservas para pagamento de precatórios. Também foi
indicado que se manterá a proposta do teto de gastos para garantir a estratégia
de busca do equilíbrio fiscal, porém também foi anunciada a criação de um novo
imposto sobre movimentação financeira nos mesmos moldes da antiga CPMF.
Como é sabido por todos que a
população não suporta mais pagamento de impostos a alegação do governo é de que
não será mais um imposto, mas uma substituição com a desoneração da folha de
pagamento, criando uma espécie de jogo de soma zero.
É difícil de acreditar nisto,
uma vez que até o momento o governo vem anunciando decisões que depois são
descontinuadas e em outras vezes negam algo que na sequência é retomado e
implantado. A aposta é que com a desoneração da folha de pagamento de alguns
setores ocorrerá um processo de geração de novos empregos para se combater o
desemprego crescente em nossa economia.
Lembrando: novo programa de
distribuição de renda, novo imposto sobre movimentação financeira e desoneração
da folha de pagamento já foram temas negados e até vetados pelo presidente
Bolsonaro, porém eles voltam ao debate e são anunciados como necessários e
viáveis. Resta saber, agora, como serão implantados e se realmente trarão os
avanços econômicos e sociais prometidos.
Será que a desoneração da
folha de pagamento de alguns setores irá gerar mais empregos? Tudo indica que
não. Esta estratégia já foi utilizada no governo da presidente Dilma Rousseff e
não gerou mais empregos. A proposta reduz o custo das contratações para as
empresas beneficiárias, porém não motiva as empresas a contratarem mais
funcionários, pois podem promover programas internos de aumento de
produtividade e experimentarem lucros maiores sem aumentos de preços. Com
efeito, temos que a desoneração não irá gerais mais empregos, no máximo irá
garantir a manutenção dos empregos existentes. O que irá aumentar o nível de
emprego é o aumento do nível da atividade econômica.
No tocante ao novo programa de
transferência de renda, além de se rebatizar um programa criado por outros
governos, o que demonstra que não tem nada de novo, resta saber se o programa
possuirá uma regra de financiamento sustentável e, tão importante quanto, como
serão pagos os precatórios, uma vez que os recursos serão utilizados para o
novo programa. Isto se contrapõem a alegação de que o governo respeitará o teto
dos gastos.
Nada está claro sobre as novas
ações divulgadas. A única certeza que podemos ter é de que estamos tendo mais
do mesmo. Estamos vendo nossos agentes políticos repetindo os mesmos erros do
passado. E os resultados nós já sabemos quais podem ser.
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