A crise econômica que se
avizinha por conta dos efeitos da pandemia da Covid-19 (Coronavírus) ainda não
é possível de ser dimensionada no Brasil e muito menos no mundo. Para além das
questões que envolvem estatísticas de contaminação e de óbitos sabemos que os
efeitos econômicos também serão extremamente danosos para a economia mundial.
Por conta disto as economias
pelo mundo afora anunciam e implementam medidas para amenizar os efeitos de uma
das maiores crises sanitárias da história da humanidade sobre as suas
respectivas economias. No Brasil também está ocorrendo estes anúncios. De forma
tardia, mas está. O governo federal, através de sua equipe econômica demorou um
pouco para apresentar as medidas, mas as apresentaram.
A impressão que dava era de
que o governo estava relutante em apresentar medidas mais progressistas, que
implicassem em renúncia de receita ou de aumento de gastos. Porém, não é o
momento de pensar em economizar ou de buscar atingir metas fiscais. É momento
de garantir, primeiro, a manutenção de vidas e depois se avalia as alternativas
para amenizar os danos causados nas economias.
A onda liberal que tomou conta
de muitas economias no mundo não consegue lidar com estas questões de forma
mais natural, afinal de contas os liberais têm como modelo o individualismo
sendo prioritário frente ao coletivo. De forma surpreendente nos vemos com
economias tidas como liberais agindo de forma intervencionista e tomando
medidas consideradas como keynesianas.
Estas medidas têm sua origem
nas ideias do economista inglês John Maynard Keynes, que defendia a ação do
estado na economia com o objetivo de atingir o pleno emprego. Suas ideias foram
desenvolvidas a partir da análise dos efeitos da “Grande Depressão”, também
conhecida como “Crise de 1929”.
Práticas rechaçadas pelos
liberais sempre foram utilizadas e surgem, novamente, como alternativas
eficientes para o combate de crises econômicas. Isto aconteceu nos Estados
Unidos, um dos berços do liberalismo, durante o governo Obama para enfrentar a
crise financeira mundial de 2008 e está sendo utilizada pelo governo Trump para
enfrentar a nova crise.
O governo brasileiro acordou
do sono profundo e admitiu que é necessário tomar medidas econômicas mais
robustas. Por conta disto, anunciou algumas medidas que foram bem recebidas
pelos analistas e as quais estão sendo indicadas como alternativas factíveis
para amenizar o aumento exponencial do desemprego no país.
O desemprego será o maior
efeito da crise da Covid-19. Todas as economias terão impactos sociais
consideráveis por conta do aumento do desemprego global que, por sua vez, será
gerado pela redução do nível de atividade econômica. Esta nova crise aumentará
o tamanho da pobreza e da miséria e dependerá das ações dos governos para ser
combatida e revertida nos próximos anos.
Somente no Brasil a
expectativa é de que cerca de 3 milhões de brasileiros percam seus empregos. Estes
novos desempregados se somarão aos 12 milhões existentes, gerando um volume de
desempregados superior ao do primeiro trimestre do ano de 2017. Também poderá
ocorrer um aumento significativo das pessoas subocupadas por insuficiências de
horas trabalhadas, que atualmente totalizam 6,4 milhões de pessoas.
Não é hora de os
governos ficarem olhando para os próprios bolsos para economizarem moedas. É o
momento de se tomarem medidas para, primeiramente, preservar vidas, e num
segundo momento para garantir um mínimo de dignidade para as pessoas através da
garantia de emprego e renda. É o momento de se socializar o Estado e de se estatizar
a sociedade. Assim, a onda liberal
deverá se amoldar à nova conjuntura social.
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