Os
efeitos sociais e econômicos da pandemia do coronavírus são difíceis de serem
previstos. Tudo vai depender das ações efetivas no combate ao crescimento dos
casos de infecções e, principalmente, na eficiência de se evitar muitos óbitos.
Para este enfrentamento a alternativa pregada no mundo todo é o isolamento
social.
Se
contrapondo ao isolamento social está a necessidade de se manter a atividade
econômica para minimizar os efeitos recessivos nas economias mundiais. Cada vez
mais, os eventos conduzem para um estado de economia de guerra.
Há muitas
divergências de opiniões acerca da efetividade e eficiência dos governos na
implementação de políticas públicas para amenizar o quadro econômico que se
desenha. As economias do mundo irão crescer menos (algumas irão encolher) e com
isto haverá um forte impacto sobre o emprego e a renda. Com efeito, haverá um
aumento da pobreza e um aprofundamento da miséria em todos os países.
Mas
a prioridade dos países deve estar focada na preservação de vidas. Porém, isto
somente será possível se os governos estiverem aptos e dispostos a “colocarem
as mãos nos bolsos” aportando dinheiro novo nestas ações, além, é claro, de
redirecionar os recursos existentes para as ações prioritárias.
No
caso brasileiro estamos vivenciando um período de forte polarização política tendo
de um lado o Presidente Bolsonaro e um conjunto muito grande de seguidores e
apoiadores e de outro os oposicionistas que foram, na sua maioria, preteridos no
último pleito eleitoral. Entretanto, muitos que tentam efetuar uma análise mais
crítica da realidade sem paixões, acabam sendo rotulados como adversários por
ambos os lados.
O
que as pessoas devem aprender a efetuar, mesmo que de forma simplista, é uma
análise responsável do discurso das pessoas. O estudo da análise do discurso é
importante para que as pessoas consigam compreender as diferentes práticas
discursivas da sociedade. Desta forma, o analista tem que compreender o que se
entende sobre o discurso, como ele é constituído, quem o emprega e o momento em
que ele é efetivado. Em outras palavras, tem que se analisar, também, o sujeito
do discurso, o ambiente e o momento, uma vez que agrega posição ideológica e se
apresenta no dia a dia das estruturas sociais.
Pois
bem, quando afirmamos que os governos deverão se empenhar para amenizar os
efeitos da pandemia sobre a economia, é fato. Não cabem muitos questionamentos.
Porém, a forma com que cada governo decide atuar, isto já dependerá do modelo
político e econômico de cada país, além da linha ideológica dos agentes que
detém o mando político neste momento.
Neste
ponto identificamos diversos sinais trocados nas falas dos nossos agentes
políticos, o que contribui para o acirramento dos ânimos dos extremos e a
pressão sobre aqueles que tentam efetuar uma análise mais equilibrada do
cenário posto.
A
posição oficial do governo brasileiro é de que a economia não irá crescer neste
ano. Já a mediana dos analistas do mercado financeiro aponta que haverá recessão,
com a economia encolhendo 1,2%. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, aponta
para um recuo de 4% se o isolamento for além de julho. Também temos que considerar
que os anúncios de apoio do governo são para um escopo temporal de três meses.
Pois
bem, se considerarmos estes falantes é certo que o governo “aposta” que os
efeitos da pandemia irão se estender até o mês de julho para depois começar a
retomada. Porém, já temos a certeza de que os resultados econômicos serão
avassaladores. Por conta disto precisamos de mais governo na economia para
fazer o enfrentamento desta crise.
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