A
economia está intimamente ligada à política. Quando os fundamentos da economia
não estão bons os agentes políticos devem buscar a aplicação de ações visando a
sua estabilidade ou recuperação. Caso isto não ocorra pode ocorrer uma crise
econômica e o seu aprofundamento poderá redundar numa crise política.
O
caminho inverso também pode ocorrer, ou seja, quando a sociedade está
vivenciando uma crise política, que pode ser originada por diversos motivos,
dentre eles a falta de credibilidade ou a inconsequência dos gestores públicos,
se não for tratada adequadamente pode resultar numa crise econômica.
Todos
os gestores públicos estão sujeitos a serem os causadores destes eventos que
terão os seus efeitos proporcionais às responsabilidades e capacidades de
atuação na economia. Prefeitos e governadores também estão sujeitos a estas
situações, ressalvadas as devidas proporções. Porém são as ações do executivo e
mesmo dos legislativos nacionais que podem causar as grandes perturbações na
economia.
Quando
a economia está necessitando de ajustes as autoridades econômicas se utilizam
de políticas econômicas para administrar os seus fundamentos. São cinco grandes
políticas econômicas: a fiscal, a monetária, a comercial, a cambial e a de
rendas.
Todas
as políticas econômicas podem ajudar a atingir os mesmos objetivos que são:
estabilidade de preços, alto nível de emprego, distribuição de renda,
crescimento econômico sustentável e equilíbrio externo.
E,
finalmente, para buscar atingir os objetivos as políticas econômicas são
escolhidas segundo critérios técnicos, científicos e, muitas vezes,
ideológicos. A implementação das políticas econômicas selecionadas se dá
através das ações das ferramentas específicas para cada política.
Mas
as coisas não são simples e nem objetivas. A escolha do instrumento e da
ferramenta de política econômica não segue regras predefinidas e as autoridades
econômicas pode incorrer em erros nas escolhas. Além disto, há o risco do erro
na dosimetria de utilização das ferramentas. Desta forma, uma ação que
inicialmente seria para melhorar um fundamento da economia, a inflação por
exemplo, pode ter efeito contrário, ou seja, ao invés de melhorar o problema
pode ser agravado.
Portanto,
as decisões de políticas econômicas devem ser muito bem planejadas e
implementadas. Erros e ações inconsequentes podem trazer grandes prejuízos
conjunturais que, se não tratados, alteram a estrutura econômica e social.
Pois
bem, uma das ferramentas de política econômica pouco comentadas é a persuasão
moral, que nada mais é do que uma estratégia de comunicação que busca convencer
as pessoas a praticarem determinado comportamento, neste caso econômico.
No
final dos anos de 1980 o Ministro da Fazenda, Dílson Funaro, tentou conclamar
os brasileiros a pouparem mais e gastarem menos como uma forma de combate à
inflação. No final do ano de 2008, o Presidente Lula fez um apelo para que a
população brasileira continuasse consumindo para promover o crescimento da
economia a partir do aumento do consumo das famílias em contraponto à crise
financeira que estava assolado o mundo.
Estes
exemplos históricos servem para refletirmos e compreendermos que o
comportamento e as falas de ministros e, em especial, do Presidente da República
possuem grande peso nas decisões dos agentes econômicos. Com base nisto os
empresários decidem se irão investir mais ou menos, as empresas decidem se irão
contratar mais funcionários ou se irão demitir, os consumidores decidem se irão
consumir ou poupar. Portanto, nossos agentes políticos devem refletir muito
acerca de suas ações e falas. Disto pode depender a tranquilidade e a paz de
uma nação.
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