A
cada dia que passa se observam eventos políticos e econômicos que nos provocam
a refletir sobre o que vai acontecer de bom ou de ruim com nosso país e,
consequentemente, com o povo brasileiro.
As
eleições de 2018 podem ser consideradas como um momento onde a população tentou
mudar os rumos do país não reelegendo muitos políticos tradicionais e elegendo
muitos neófitos políticos e alguns “outsiders”. A expectativa era de que
ocorresse uma verdadeira transformação comportamental dos grupos políticos,
tudo em benefício da sociedade. Ledo engano.
Se
acompanharmos as principais manchetes dos noticiários e dos jornais podemos
observar que nada mudou, alguns mais céticos afirmam que está piorando. O fato
é que os políticos que escolhemos se adaptaram rapidamente às hostes do poder e
tudo (ou quase tudo) aquilo que propalavam no período de campanha eleitoral foi
esquecido. Estão fazendo as mesmas coisas que aqueles que foram sacados do
poder nas últimas eleições.
Enquanto
isto acontece, não de forma sorrateira, mas explícita, a população continua
sentindo a inflação corroendo os salários, o desemprego aumentando, os juros
aumentando, a economia paralisada e sofrendo as consequências perversas de
todos os rompantes linguísticos do presidente Bolsonaro. Este último tem
causado muitos estragos políticos e diplomáticos e o presidente já está sendo
diagnosticado como tendo “incontinência verbal”, isto sem falar nos ensaios
autoritários que, vez ou outra, ele desparge.
Fato
é que a economia não está reagindo positivamente às decisões tomadas, se é que
os governos estão tomando decisões. O que vemos é uma paralisia generalizada
nas ações do setor público, tanto que já surgem os primeiros debates acerca da
necessidade de se efetuar uma reforma do Estado.
Porém,
a impressão que fica é que nossos políticos não querem efetuar tal debate e se
o fizerem, com certeza, será para tentar reduzir os serviços prestados para a
sociedade, seguindo a onda liberal que tomou conta de muitos políticos e de
muitos militantes virtuais.
Os
caminhos que se desenham como sendo as alternativas para melhorar o ambiente
econômico de nosso país não são nada palatáveis. O debate tem que ser mais
profundo no sentido de buscar alternativas para garantir a mobilidade social positiva
para todos os brasileiros e não somente para algumas castas sociais que começam
a tomar forma no Brasil. Todos devem ser considerados iguais perante a lei e
todos devem ser considerados iguais perante o Estado, também. Mas o que vemos é
uma ação coordenada de grupos de interesse, lobistas e grupos políticos para
criar, manter ou expandir privilégios de pequenos grupos em detrimento do
conjunto da sociedade.
Como
na música de Léo Jaime, “todos os dias são iguais”, nada mudou. Continuamos
vendo nas ruas senhores e escravos representados pelos membros das castas
brasileiras. Nada muda.
As
pessoas precisam despertar para os problemas políticos, sociais e econômicos
que estamos vivenciando e começar a debater e cobrar maior empenho por soluções
da parte de nossos políticos. Estamos começando o período em que vereadores,
deputados e senadores irão debater e aprovar os orçamentos públicos. Temos que
participar dos debates e tentar definir algumas ações públicas para todos e não
somente para pequenos grupos de apaniguados e privilegiados. Temos que começar
a sermos os agentes da mudança de nosso país e parar de esperar que os
políticos resolvam tudo para nós. Afinal de contas, se deixarmos tudo por conta
deles, continuaremos sem nenhuma mudança positiva.
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