Parece
que começa a aparecer uma luz no fim do túnel. A alteração da denominação da
Secretaria Municipal de Indústria e Comércio de Apucarana para Secretaria
Municipal de Indústria, Comércio e Emprego demonstra a sensibilidade da
municipalidade com esta questão que afeta diretamente as famílias
apucaranenses. O anúncio da alteração do nome vem acompanhado de afirmações de
que dentre as funções da secretaria está priorizar a atração de empresas que
gerem mais empregos. Também será responsável pela coordenação de um programa de
qualificação profissional.
É um
começo, ou melhor, um recomeço, porque isto já existiu no passado. Mas insisto
na necessidade de se debater, de forma qualitativa, a questão do desemprego nos
municípios. Os sindicatos patronais e dos empregados, juntamente com as
universidades e com o Conselho Municipal do Trabalho podem colaborar para um
debate mais qualitativo e propositivo. No passado era assim, espero que
continue e, caso tenha paralisado, que seja retomado.
Nos
últimos quatro anos as demissões superaram as contratações, no Paraná: foram 57.465
postos de trabalho fechados no período. E repito: os trabalhadores com menor
grau de instrução e com mais idade estão perdendo seus empregos e não estão
conseguindo se reinserirem no mercado de trabalho.
Este
cenário recente deve ser estudado pelas universidades e os resultados dos
estudos devem ser apresentados para a sociedade. Não, necessariamente, se
apresentará todas as causas responsáveis por este movimento e muito menos
apresentará soluções para o problema, mas apresentará os dados com diversas
óticas de análise e servirão para provocar o debate com a sociedade e, no
conjunto, subsidiará a elaboração de políticas públicas de emprego e renda.
Atrair
novas empresas para o município é a solução? Pode ser que sim, pode ser que
não. Depende da estrutura das empresas. Se forem intensivas em tecnologia
empregarão muito pouco ou quase nada. O crescimento das empresas existentes é
uma alternativa viável.
Mas
para que novas empresas se instalem ou mesmo para promover o crescimento das que
aqui existam a economia brasileira tem que começar a reagir, tem que crescer. E
para isto a política econômica deve ser no sentido de expandir a economia, não
necessariamente que seja uma política econômica expansionista, pois os governos
não têm condições de expandir seus gastos.
É importante ter setores da administração
pública municipal se preocupando com o emprego, pois a análise local é
importante para o diagnóstico mais preciso do quadro conjuntural do emprego e
estes devem ser repassados para os órgãos equivalentes nos governos estadual e
federal. Também devem ser debatidos com os deputados e senadores que
representam a localidade. O emprego é fundamental para que as pessoas tenham
renda que possibilitem acesso a bens e serviços com maior intensidade e,
consequentemente, para que ocorra a melhoria na qualidade de vida.
Nos últimos quatro
anos foram fechados 1.434 postos de trabalho em Apucarana. Em Arapongas foram fechados
2.226, no mesmo período. Em Ivaiporã foram abertos somente 26 postos de
trabalho em quatro anos e no município de Jandaia do Sul foram fechados 178
postos de trabalho. Esta é só uma pequena demonstração do grave cenário do
emprego e do desemprego em nossa região e que deve ser debatido para a busca de
soluções. As ações não podem ficar restritas à inclusão do termo “emprego” no
nome de um setor da administração. Tem que apresentar ações e soluções
concretas para o segmento. Mas, temos que concordar que já é um bom recomeço.
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