A
cobrança por atitudes mais objetivas e concretas por parte das autoridades
brasileiras quanto a adoção de medidas para a retomada do crescimento podem até
ser minimizadas pelos militantes defensores de quem está no poder, mas é um
erro grotesco. Os agentes políticos e seus assessores têm a obrigação de reagir
positivamente a tais cobranças. Nossa economia precisa crescer. Precisamos
gerar mais empregos. Precisamos melhorar a renda real média da população.
Nossa
economia mergulhou numa crise econômica em 2007. O cenário se agravou durante o
primeiro governo de Dilma Rousseff (2011 a 2014), num período em que o resto do
mundo já havia praticamente se recuperado do período recessivo. O governo Dilma
contribuiu para o agravamento dos indicadores econômicos brasileiros,
principalmente por conta da forte expansão dos gastos públicos. Tivemos o
aumento do desemprego, fechamento de empresas e redução da renda real média do
trabalhador.
Em
que pese que o atual governo tenha assumido a poucos meses, mas as expectativas
dos analistas econômicos e políticos racionais eram de que houvesse um plano de
governo, um plano de ação, que tivesse sido concebido para o credenciamento da
candidatura. Mas parece que não havia.
Não
é correto assumir um mandato no poder executivo de qualquer nível sem que se
tenha o pleno conhecimento da situação econômica e social, bem como das
condições orçamentária e financeira do ente. Mas parece que é bem isto que
ocorreu no governo federal e em muitos governos estaduais.
Dá a
impressão de que os candidatos pensavam que iriam assumir e teriam todo o
orçamento disponível para executar o que haviam prometido no período eleitoral.
Muita inocência de quem acreditava que seria assim.
A
recuperação lenta da economia agrava os indicadores sociais. Isto ocorre porque
há uma demora na recuperação da geração de empregos. Temos que lembrar, sempre,
que temos 12,8 milhões de desempregados e 28,4 milhões de pessoas
subutilizadas. Crescimento econômico lento significa que a geração de empregos
também será lenta. E isto é preocupante, principalmente para as famílias que
possuem pessoas desempregadas.
Os
governos devem começar a estudar e discutir a composição do emprego (ou do
desemprego). Só no estado do Paraná, nos últimos quatro anos, ocorreu o
fechamento de 57.465 postos de trabalho. O que mais preocupa é que os
trabalhadores com menor grau de instrução e com mais idade é que estão perdendo
seus empregos e não estão conseguindo se reinserirem no mercado de trabalho.
No
Paraná, as demissões de pessoas com escolaridade de até o ensino fundamental
completo superaram as contratações em 115.260. Isto significa que a mesma
quantidade de pessoas com nível de instrução de até o ensino fundamental
completo ficou desempregada e não conseguiram um novo emprego nos últimos quatro anos. Quando a análise
é feita com relação à idade dos trabalhadores temos que 194.394 pessoas com 40
anos ou mais perderam seus empregos e não conseguiram o reemprego.
Estes
dados estatísticos se replicam por todo o estado, inclusive em nossa região. Só
que não vemos e ouvimos os representantes dos trabalhadores e nem dos
empregadores discutindo o assunto. Pior: não vemos e ouvimos nossos agentes
políticos discutirem o assunto. O problema deve ser discutido localmente para
identificar possíveis soluções locais e para fazer a cobrança para os governos
estadual e federal para que se tomem medidas para a retomada do crescimento da
economia e do emprego. Chega de promessas e de projetos para o futuro. O futuro
já chegou. Precisamos de mais empregos agora.
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