Desde
o ano de 2016 a economia brasileira vem convivendo com taxas de desemprego de
dois dígitos e em fevereiro daquele ano esta taxa atingiu 10,2%. De lá para cá
as coisas não melhoraram e o desemprego chegou a atingir 13,7% em março de
2017. Nesta semana o IBGE divulgou a taxa de desocupação referente ao trimestre
encerrado em junho: 12,0%.
Não
há motivos para comemorar, pois esta taxa está, praticamente, o dobro do que
seria tolerável: em dezembro de 2013 a taxa de desocupação estava em 6,2%.
Os
sinais de melhoras estão começando a aparecer de forma tímida e a recuperação
será muito lenta. Uma taxa de desemprego de 12,0% representa que temos cerca de
12,8 milhões de pessoas desempregadas. Neste conceito estatístico entram
somente as pessoas que se encontram desempregadas e que estão procurando
emprego.
Quando
a pesquisa amplia os conceitos ela chega à população subutilizada que é
composta pelos desocupados, pelos subocupados e pela força de trabalho
potencial. Os subocupados são aqueles que trabalham menos de 40 horas por
semana e que gostariam de trabalhar mais. Já a força de trabalho potencial é
formada por pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram ou
procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar no momento da pesquisa.
Com
este conceito nossa economia apresenta 28,4 milhões de pessoas subutilizadas,
sendo 12,8 milhões de pessoas desempregadas, 7,3 milhões de pessoas subocupadas
por insuficiência de horas trabalhadas e 8,3 milhões de pessoas na força de
trabalho potencial. Desta última 4,9 milhões de pessoas estão em desalento, ou
seja, se encontram desempregadas e não estão procurando emprego pelo fato de
estarem desanimadas ou abatidas.
A
situação econômica do país é grave e está demorando muito para as autoridades
tomarem medidas para tentar reverter a situação. Embora o governo atual tenha
assumido em janeiro e que deva ter feito seu plano de governo em setembro do
ano passado para participar das eleições, os problemas econômicos e sociais são
contínuos e não podem ser tratados nas perspectivas dos mandatos eleitorais.
Os
números da economia não são bons: a produção industrial caiu 0,6% em junho de
2019 e já acumula uma queda de 1,6% no ano. As expectativas são de que a
produção industrial encerre o ano com um crescimento próximo de 0,5%. Este
indicador é importante porque demonstra a dinâmica da produção nacional
considerando os pedidos que os setores de atacado e varejo colocam para
produção na indústria. Com efeito, a expectativa de crescimento da economia é
inferior a 1%. Muito baixa.
A
retomada do crescimento do PIB está ocorrendo num ritmo muito lento e, com
isto, a geração de emprego também está lenta. Em junho deste ano foram gerados
48,4 mil empregos líquidos, resultando num acumulado no ano de 408,5 mil novos
empregos líquidos. Em junho de 2010 nossa economia gerou 213,0 mil novos empregos
e, de janeiro a junho daquele ano, foram 1.473,3 mil novos empregos. Isto
demonstra a letargia que nossos governantes estão tendo com os problemas
econômicos.
A
situação do desemprego no estado do Paraná e em nossa região não está diferente
e, dentre os 399 municípios do estado, Apucarana está entre os 40 municípios que
mais fecharam postos de trabalho. As nossas autoridades devem parar de pensar
em seus próprios umbigos e começar a buscar alternativas para amenizar o
sofrimento da população com o forte desemprego que assola nosso país. Mas se
nada fizerem nós podemos fazer: teremos eleições no próximo ano e poderemos
mudar os nossos representantes.
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