Não
é somente a implementação de políticas econômicas que afetam os agregados
econômicos. As ausências delas também afetam, pois em momentos de deterioração
dos indicadores econômicos há a necessidade de que as autoridades econômicas e
políticas tomem decisões para amenizar os problemas que se prenunciam.
Estamos
vivenciando um momento muito turbulento tanto para a economia nacional quanto
para a economia mundial. O mesmo acontece nos meios políticos e há uma grande
interdependência entre o ambiente econômico e o ambiente político. Os indicadores
apontam para a manutenção do desemprego em níveis elevados, baixo crescimento
do PIB, inflação arrefecendo por redução do consumo, que por sua vez reduz por
conta do alto endividamento das famílias e redução da renda média real, a taxa
de câmbio está aumentando, a produção industrial está em níveis muito reduzidos
e a dívida líquida do setor público aumentando.
E as
expectativas é que estes indicadores continuem a se deteriorar. Um pouco é por
causa de questões atitudinais e comportamentais dos governantes. Em outras
palavras é por conta das besteiras que alguns governantes cometem ao ficar
utilizando de bravatas e de falas que nada agregam para suas respectivas
economias. Trump e Bolsonaro são bons exemplos disto.
No
caso internacional temos um grande conflito comercial se desenvolvendo e
afetando todas as economias. A economia mundial poderá enfrentar uma redução
drástica nos juros fazendo com que os investidores passem a fugir de riscos em
investir em economias em desenvolvimento. Isto levará os investidores e sair de
mercados emergentes como é o caso do brasileiro.
Há
uma forte expectativa de que o mundo entre numa nova recessão, o que poderá
fazer com que a retomada do crescimento econômico no Brasil seja ainda mais lenta
e a reversão da crise fiscal possa demorar muitos anos.
Na
verdade nosso país está com muitas dificuldades, a começar pela grande letargia
que temos na área econômica. Até o presente momento o plano “A” do ministro
Paulo Guedes, a reforma da Previdência, não finalizou e não surtirá os efeitos
prometidos no crescimento da economia e na geração de empregos quando finalizado.
E o pior é que parece que a equipe econômica não tem plano “B”.
A MP
da liberdade econômica poderá ajudar um pouco, mas a situação das finanças
públicas está tão grave que dificilmente as ações ortodoxas do governo federal
darão conta de amenizar os problemas de curto e médio prazo que se avizinham. O
governo fez bloqueio de verbas para tentar conter o crescimento do déficit e
muitos ministérios deverão colapsar nos próximos meses. Com efeito, os estados
e municípios também ficam sem recursos. Uma coisa leva à outra.
E a
pressão está sendo muito grande. Até porque no ano que vêm teremos eleições
municipais e, se o governo mantiver os cortes de recursos nos ministérios, os
estados e municípios terão menos dinheiro e os pré-candidatos que pretendem
usar a máquina pública para se elegerem poderão ter dificuldades para conseguir
seu intento.
Parece
que soluções coerentes e factíveis não surgirão: Já estão querendo ressuscitar
a CPMF, acelerar o processo de privatizações e até mesmo mudar a meta fiscal.
Tudo isto para destravar os gastos do governo. As soluções apontadas não passam
de “balões de ensaio”. O que nossa economia precisa é de crescimento econômico
e a linha conservadora da equipe econômica não contribui para isto e, a mudança
repentina de rumos, poderá colocar o governo numa arapuca. Tudo indica que
teremos “anos difíceis” pela frente.
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