domingo, 7 de julho de 2019

Como ficaremos?


A reforma da Previdência começou a “andar” no legislativo federal e os governistas já se entusiasmam achando que a sua aprovação mudará os rumos da economia brasileira. Poderá ajudar, mas no médio prazo. Muito mais precisa ser feito para a melhora do ambiente econômico nacional.

Nosso país passou por profundas crises, dentre elas uma crise de gestão, pela incompetência e irresponsabilidade de alguns gestores. Também tivemos uma crise financeira internacional, uma crise fiscal e uma crise política.

Com efeito, nosso país sofreu uma forte deterioração dos indicadores econômicos piorando o ambiente econômico, trazendo de volta a inflação, a manutenção dos juros reais em níveis elevados, a redução dos salários reais e o aumento do desemprego.

E o pior é que o mundo está prestes a mergulhar numa nova crise por conta da guerra comercial entre Estados Unidos e China e da redução dos juros nos países desenvolvidos que puxarão os juros mundiais para baixo e poderá gerar novos “tsunamis” monetários.

A aprovação da reforma da Previdência por si só não será suficiente para salvaguardar nossa economia destes possíveis eventos e, com isto, o povo brasileiro poderá sofrer, ainda mais. A Medida Provisória da “Liberdade Econômica” também poderá ajudar um pouco, mas o fato é que nossa economia sofreu muito nos últimos dez anos com gestões temerárias e o governo atual herdou uma conjuntura econômica totalmente adversa. É natural que os agentes políticos recebam cobranças para que tomem decisões e para que se tenham atitudes positivas no sentido de mudança deste cenário.

A forma mais fácil de exemplificar tais problemas é com o nível de emprego no mercado formal. Podemos, sim, comemorar a criação de 351 mil postos de trabalho de janeiro a maio de 2019 no país. Porém, temos que ter a clareza de que estamos com um nível de emprego formal compatível com o nível do ano de 2011. Em 2014 tínhamos 49,5 milhões de empregos formais ocupados, atualmente temos algo em torno de 47,1 milhões.

No Paraná tínhamos, em 2014, cerca de 3,2 milhões de empregos formais. Atualmente temos 3,1 milhões. Na nossa microrregião tínhamos 89,8 mil empregos formais em 2014 e atualmente temos 85,2 mil.

É claro que passamos por um período recessivo que fez com que o desemprego aumentasse, porém temos que cobrar atitudes de nossos governos federal, estaduais e municipais para que tomem medidas para acelerar o crescimento econômico. Somente assim o desemprego reduzirá e poderemos ter uma sensação de melhora da qualidade de vida.

A previsão de crescimento do PIB para o ano de 2019 é de 0,85%. E para o ano de 2020 a expectativa é de um crescimento de 2,2%. Com estas taxas de crescimento o nível de emprego não irá crescer muito, pois há capacidade ociosa no setor produtivo que absorverá pequenos incrementos na atividade econômica. Para que o nível de emprego cresça de forma mais robusta será necessário um crescimento mais vigoroso, o que é inviabilizado pela atual situação das contas públicas.

Não há solução de curto prazo que não seja amarga. A reforma da Previdência, mesmo desidratada, poderá contribuir para a solução, mas no médio e longo prazos. O que o setor público precisa fazer são reformas administrativas visando a redução de despesas para equilibrar suas finanças combinadas com reformas que visem a obtenção de ganhos de eficiência e produtividade. Mas estas reformas sofreriam forte oposição de agentes políticos fisiológicos e de grupos corporativistas. Nem tudo é para o bem de todos e felicidade geral da nação.

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