Continuamos
sem plano “B”. Nossa economia está à deriva e não há muitas perspectivas de se
encontrar “terra à vista”. É fato que no mês de abril ocorreu a maior geração
de empregos formais para o mês desde o ano de 2014. Porém, temos que considerar
que no período de 2014 até 2018 vivenciamos um período recessivo em nossa
economia.
Em
períodos considerados normais a média de empregos formais criados para o mês de
abril é de 237 mil novos postos de trabalho. Em abril deste ano foram criados
129 mil empregos líquidos.
Os
sinais de arrefecimento de nossa economia são muito evidentes. Começamos o ano
com boas expectativas, porém a inércia e letargia na condução da política
econômica brasileira está revertendo a tendência otimista e colocando a
situação econômica do país em estado de alerta.
A
mediana das expectativas de crescimento do PIB para 2019 é inferior a 1%, o que
indica que a volta do emprego, de forma consistente, ainda vai demorar muito a
chegar.
Com
estes indicadores e com a expectativa de que muitas economias devam reduzir os
juros para tentar aquecer a economia e promover o crescimento econômico a
equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro terá que tomar algumas medidas
para evitar que mergulhemos numa nova crise antes mesmo de termos saído da
anterior.
O
comportamento de nossa balança comercial também está dando sinais de que 2019
poderá não ser muito bom. Embora tenha ocorrido um saldo positivo na balança
comercial acumulada de janeiro a maio deste ano superior à média dos últimos 20
anos, está aquém do obtido para o período nos dois últimos anos.
As
exportações acumuladas no período de janeiro a maio de 2019 foram menores do
que o valor obtido no mesmo período do ano anterior. Já as importações
apresentaram um valor acumulado para o período maior do que o do ano anterior. Tal
episódio havia ocorrido somente uma vez nos últimos 20 anos, em 2013.
A
corrente de comércio, que é a soma das exportações com as importações, cresceu
somente 0,2% nos primeiros cinco meses do ano, comparado com o mesmo período do
ano anterior. Este dado corrobora a baixa expectativa de crescimento de nossa
economia e o baixo desempenho da produção industrial.
Algo
precisa ser feito. As economias desenvolvidas e boa parte das economias em
desenvolvimento estão tomando medidas para conter a crise que se avizinha. O
desemprego está em queda nos Estados Unidos, no Reino Unido e na França. No
Brasil, também. Mas, aqui isto está ocorrendo de forma muito tímida e a possibilidade
de retorno aos níveis anteriores ao ano de 2010 fica cada vez mais distante.
A
reforma da Previdência será aprovada. Só que ela não resolverá o problema do
déficit público e não resolverá os problemas do desemprego e do baixo crescimento
de nossa economia. Precisamos de uma atitude por parte dos formuladores de
política econômica para salvar nossa economia de uma nova crise, ou pelo menos para
amenizar os impactos dela. Precisamos com urgência. Antes tarde do que mais
tarde.
Uma
atitude coerente por parte do governo seria o apoio à Proposta de Emenda
Constitucional que reformula as regras de tributação, a PEC 45. Nela tenta-se
corrigir a aberração da tributação sobre o consumo com a criação de um modelo
de tributação sobre o valor agregado.
O governo
também terá que reduzir os juros e cortar gastos desnecessários para diminuir o
déficit fiscal e terá que buscar dispositivos para melhoria do gasto público e
para aumentar a produtividade brasileira, principalmente do setor público.
Alternativas existem. Resta saber quais que o governo terá coragem de
implementar.
Mas para isso será necessário combater lobby, ir para o debate com alguns que ainda querem manter benesses corporativas do judiciário e do legislativo.
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