A
situação do desemprego no país é muito grave. Mas isto os trabalhadores já
sabem. O que precisamos saber é se nossos agentes políticos sabem disto. Estudo
recente efetuado pelo economista Cosmo Donato, da LCA Consultores, com base na
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), apresentou um dado
alarmante: dos 13,4 milhões de brasileiros desempregados na atualidade, 635 mil
são considerados de difícil recolocação no mercado de trabalho.
O
motivo da dificuldade de obter o reemprego é considerado como sendo a baixa
qualidade da mão-de-obra disponível. Neste caso a expectativa é de aumento do
desemprego no extrato de trabalhadores que possuem escolaridade igual ou
inferior ao ensino fundamental completo.
Esta
situação é replicada por todo o território nacional e isto, obviamente, inclui
a nossa região. No caso da microrregião de Apucarana, que engloba nove
municípios, somente no período de janeiro de 2018 até abril de 2019, ocorreu um
aumento de postos de trabalho: foram criados, no período, 1.461 novos postos de
trabalho.
Entretanto,
neste período, aumentou o desemprego entre os trabalhadores que possuem
escolaridade até o ensino fundamental completo na região. Foram 978
trabalhadores com esta faixa de escolaridade que perderam os seus empregos nos
últimos dezesseis meses e até o presente momento ainda não conseguiram se
recolocar no mercado de trabalho.
Assim
como na situação nacional, a tendência é que o desemprego entre pessoas que
possuam baixa escolaridade continue aumentando. Acontece que boa parte dos
postos de trabalhos existentes e os que mais empregam exigem de seus
pretendentes o domínio de habilidades e competências que demandam o uso de
tecnologias, a aptidão de fazer contas e a capacidade de se expressar bem com
as pessoas.
São
problemas econômicos e sociais nacionais que se refletem localmente e que
parecem estar muito distantes dos radares perceptivos e do interesse de atuação
de nossos prefeitos e vereadores. Temos que desfiá-los a começar a debater tais
questões. Não que a responsabilidade seja única e exclusivamente deles, mas
omitir-se diante de quadro social tão grave é, no mínimo, temerário.
Quem
sabe, com o desafio lançado, eles resolvem envidar esforços e pressionar
deputados, senadores, governadores, ministros e, quem sabe, até o Presidente da
República para tal problema.
A
educação está no âmago deste problema. A evasão não é combatida e os níveis de
qualidade são baixos, fato que é demonstrado pelos fracos desempenhos nas
avaliações internacionais de aprendizagem. Prefeitos e vereadores podem até
comemorar e propalar os desempenhos da educação local nas avaliações estaduais
e nacionais, mas o fato é que se compararmos o desempenho nacional, estadual e
local a nível internacional veremos o quão frágil é nosso processo formativo.
É
claro que é um processo de conquistas e de avanços, porém não temos sequer
notícias de debates sobre os problemas de nossa educação local. É possível que
os debates ocorram, mas até que ponto que deles participam os agentes políticos
que elaboram e implementam políticas de educação e aqueles que aprovam os
respectivos financiamentos de tais políticas públicas?
Nossos
prefeitos e vereadores devem começar a se preocupar com o problema da baixa qualificação
dos cidadãos e com o aumento do desemprego. Mas de forma totalmente contrária
eles ignoram tais problemas e ficam com discursos populistas e nada fazem. Se
preocupar com asfalto é importante, mas também devem se preocupar em
proporcionar educação de qualidade e em desenvolver políticas que gerem mais
emprego e renda para todos.
Desemprego x Reforma da Previdência x político! O autor do texto foi feliz quanto ao foco na busca de solução para o problema. Mas querer que prefeitos e vereadores (políticos)Se preocupem com a baixa qualificação do cidadão, é no mínimo acreditar que a raposa é ótima guardiã do galinheiro !! O cidadão é o eleitor é a mesma pessoa, que vota, estando empregado ou desempregado. E na segunda opção, é muito mais importante para quem pensa e busca sempre a reeleição.
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