A
economia brasileira está passando por uma nova crise de emprego. A crise de
emprego é caracterizada pela baixa oferta de ocupação que, com o aumento da
população em idade economicamente ativa, aumenta os níveis de desemprego.
Podemos afirmar, sem medo de errar, que o desemprego está assombrando os
brasileiros.
Por
mais que os governos municipais, estaduais e federal façam divulgações de que
as coisas estão melhorando a verdade é uma só: estes governos nada estão fazendo
para tentar resolver ou minimizar os efeitos da crise existente. E pior, os
respectivos legislativos, que possuem a função de fiscalizar as ações dos
respectivos executivos, também estão silenciados. É como se o desemprego não
fosse um problema econômico e social relevante e como se eles não precisassem
ou não devessem fazer algo para combater o problema.
O
desemprego é sentido diretamente nos municípios onde as pessoas moram e, para
agravar ainda mais a temática, o assunto não está sendo objeto de debate em
nenhum local. Não se debate no legislativo municipal. Aliás, quase nada é
debatido de forma profunda nos legislativos municipais que possa vir a ajudar a
resolver os problemas sociais das respectivas localidades.
Embora
atinja a todos, vamos ilustrar o problema que a situação atual causa para os
nossos jovens que estão entrando em idade economicamente ativa e que passam a
demandar uma ocupação no mercado de trabalho. No município de Apucarana temos
uma ocorrência média anual em torno de 1.700 nascidos vivos. Estas pessoas que
nascem irão, no futuro, demandar um emprego.
É
claro que nem todos irão querer ou precisar trabalhar, mas se somente metade
deles demandarem uma ocupação já teremos um problema, pois nos últimos doze
meses o mercado de trabalho local fechou postos de trabalho, ou seja, demitiu
mais do que admitiu.
Embora
os governos gostem de divulgar com pompas as vagas de empregos existentes nas
agências de empregos como uma notícia positiva, as vagas ofertadas são muito
poucas para dar cobertura ao contingente existente de pessoas desempregadas.
E
para piorar, podemos verificar que muitas das vagas anunciadas se mantêm sem
preenchimento por mais de um dia. Oras bolas, se temos tanto desemprego quando
aparece uma vaga seria esperado que a mesma fosse preenchida imediatamente. Mas
não é isto que acontece. Daí tem-se que abordar o outro lado da crise, que é a
crise de formação da mão-de-obra local.
Há
uma má alocação da qualificação da mão-de-obra como a anunciada pelo economista
e filósofo austríaco Friedrich August von Hayek em sua obra “Desemprego e
Política Monetária”. Isto pode estar ocorrendo em muitas localidades onde as
pessoas não possuem a formação adequada para os empregos que surgem. Outra
razão para a falta de qualificação é o desinteresse de alguns trabalhadores em
se qualificarem.
O
mesmo evento se repete por outros municípios do estado do Paraná e nos outros
estados. No agregado temos que o problema do desemprego se repete por todo o
território nacional. E quais são as ações de nossos agentes políticos para a
solução disto? Não se vê nada. Até porque não estão fazendo nada.
O debate do
desemprego deveria estar sendo travado em todos os locais, mas os espaços dos
legislativos municipais deveriam ser o mais recorrentes nos debates sociais,
porém isto não acontece. Não se sabe nem se nos sindicatos a temática é
abordada como uma questão de política pública. E nas universidades? O
desemprego está sendo debatido? Espaços para o debate existem, o que estão
faltando são pessoas para participarem dele. Assim caminha a humanidade
brasileira.
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