Parece
difícil acreditar no que está acontecendo em nosso país. Nossa sociedade
continua polarizada e defendendo, de forma extremada, pontos de vistas
políticos totalmente antagônicos. Isto pode até ser considerado normal e sendo
parte de um processo democrático se não estivéssemos presenciando a
intolerância extremada.
Basta
fazer um comentário ou uma crítica, mesmo que construtiva, sobre as decisões e
ações do governo federal que já começam os ataques absurdos de militantes, na
maioria das vezes virtuais, defendendo as posições do presidente e atacando
impiedosamente quem efetuar qualquer tipo de comentário sobre a real situação
econômica e social de nosso país.
Como
na poesia de Fernando Pessoa, “navegar é preciso”. Por isto temos que exercitar
a virtude da tolerância e tentar debater, com serenidade, as questões
nevrálgicas que assolam o nosso país. Assim, podemos usar a frase atribuída a William
Shakespeare: “quando o mar está calmo, qualquer barco navega bem”.
Pois
bem, o mar não está calmo. Os ânimos estão acirrados e uma boa parte da
população brasileira está utilizando uma espécie de “venda de olho”, ou seja,
não estão querendo enxergar a realidade atual. Temos, infiltrados nos polos de
debates políticos, pessoas com pensamentos similares a neonazistas e
neocomunistas se engalfinhando para defender suas posições extremistas. Mais
uma vez temos que lembrar do discípulo do filósofo grego Platão (aluno mais destacado de Sócrates),
Aristóteles. Segundo ele, a virtude é o meio, o equilíbrio entre o excesso e a
falta. Em outras palavras: o equilíbrio está no meio.
Como
dizia o poeta: “navegar é preciso, viver não é preciso”. Portanto, precisamos
discutir os problemas existentes e efetuar a crítica sobre a inércia do governo
federal. Daí vem o pessoal do “mimimi” atacando e dizendo que o governo começou
há pouco mais de quatro meses e que não deu tempo de fazer nada para melhorar.
Mas, como podemos ver o governo está conseguindo fazer algumas coisas para
piorar.
Em
novembro de 2018, neste mesmo espaço, foi comentado sobre a “agenda dos
eleitos”. Na oportunidade se afirmou que os eleitos deveriam estruturar seus
mandatos. Porém, o que tudo indica é que isto ainda não foi feito. Qual é o
projeto que o governo federal tem para o país? Isto ainda não está claro. Qual
o projeto que o governo federal tem para a educação pública? Até agora não
apresentaram nada de concreto.
Quando
falamos da agenda dos eleitos nada mais fizemos do que elencar as primeiras
preocupações que a equipe que governará o país pelos próximos quatro anos
deveria priorizar. A principal é efetuar o ajuste fiscal necessário para
equilibrar as contas públicas, revertendo o crescimento da dívida pública e eliminando
o déficit primário persistente. Uma tarefa hercúlea.
Outras
tarefas importantes seriam a definição sobre o subsídio do diesel, a tomada de
medidas para cumprimento do “teto dos gastos”, a definição de nova regra para
reajuste do salário mínimo e o enfrentamento da pressão por reajustes salariais
do funcionalismo público federal. “Tudo como dantes no quartel de Abrantes”.
Se a sociedade
brasileira não começar a cobrar o debate sério e pontual das questões econômicas
e sociais relevantes, deixando de discutir questões periféricas, os problemas
conjunturais se tornarão problemas estruturais. Como disse o poeta: “viver não
é necessário; o que é necessário é criar”. Se não criarmos e fomentarmos o
debate saudável das questões aqui elencadas, continuaremos fazendo o “jogo” que
nossos políticos querem que façamos. Continuaremos navegando. Porém, estaremos
navegando no barco dos tolos.
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