A
população brasileira já ultrapassou, segundo estimativas do IBGE, a marca de
209 milhões e 832 mil habitantes no mês de abril de 2019. De acordo com o Censo
do mesmo instituto, em 1991 éramos 146 milhões 815 mil habitantes. De 1991 a
2018, tivemos uma taxa de crescimento demográfico elevada, comparada às taxas
observadas nos países desenvolvidos, e moderada, comparada às taxas dos países em
desenvolvimento.
Se
fizermos uma análise mais desagregada do crescimento populacional e da geração
de emprego formal brasileiro das últimas décadas podemos ter uma noção dos
problemas gigantescos que nosso país está enfrentando e que ainda irá enfrentar
no campo da geração de emprego e renda.
Estas
informações podem e devem ser consideradas por ocasião do debate da necessidade
(ou não) da reforma da Previdência e as razões para isto. Na década de 2000 a
população brasileira cresceu a uma taxa anual de 1,63%. Na década de 2010 a
taxa foi de 1,17% ao ano e no período de 2010 a 2018 a população vem crescendo
1,12% ao ano, considerando as estimativas populacionais do IBGE.
Já o
emprego formal, segundo dados do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS)
da Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, cresceu 1,46% ao ano na
década de 2000, 5,33% ao ano na década de 2010 e no período de 2010 a 2018
cresceu 0,76% ao ano.
Embora
nossa economia tenha aproveitado a onda de crescimento que ocorreu no mundo todo
no período de 2001 a 2010, os desempenhos do emprego formal vêm sendo fracos se
comparados com o crescimento populacional. E este problema ainda possui um
“efeito retardado”, uma vez que os indivíduos que nascem em determinado ano
ainda irão demorar cerca de vinte anos para demandarem um emprego formal na
economia.
Daí
é que nos perguntamos: onde está ou onde estará o emprego formal para os nossos
atuais jovens e para os nossos futuros jovens que ainda nem nasceram?
A
expectativa de vida dos brasileiros aumentou muito e com isto estamos vivendo
mais tempo e, consequentemente, o contingente de pessoas idosas está aumentando
e com a tendência de aumentar ainda mais. Com isto passaremos a ter mais idosos
do que jovens. Este efeito é conhecido como transição demográfica e os países
europeus já passaram por isto e aqui estamos somente no começo.
Será
que nossos agentes políticos estão preocupados com o futuro de nosso país? Será
que eles estão preocupados com os nossos idosos? Será que estão preocupados com
os futuros idosos? Será que estão preocupados com o futuro de nossos jovens?
Será que estão preocupados com o futuro daqueles que ainda irão nascer?
Estas
perguntas não devem ser tratadas como perguntas retóricas. Elas devem ser
respondidas. Mais ainda, não devemos fazê-las somente para nossos agentes
políticos que possuam cargos em nível federal. Temos que fazê-las para todos
aqueles que possuam cargos políticos estaduais e municipais. Qual é o nível de
conhecimento e de preocupação com o crescimento populacional do estado e dos
municípios e com a geração de emprego? E o que estão fazendo para dar qualidade
de vida para os idosos?
Temos
que ousar fazer estas perguntas. Não podemos nos omitir. Temos que exigir de
nossos vereadores, prefeitos, deputados e governador o debate acerca destas
questões. Será que eles têm estes dados? Será que eles possuem um projeto para
melhorar a nossa situação de emprego e renda? Espero que sim, mas duvido muito.
A sociedade local e
estadual deve começar a se preocupar com estes problemas e cobrar de nossos
agentes políticos locais porque se depender da pró-atividade deles para este
assunto nosso futuro poderá ser tenebroso.
0 comentários:
Postar um comentário