Com
a eleição dos novos governantes do país e dos estados e com um Congresso
Nacional com grandes mudanças em sua composição o povo brasileiro começou a
demonstrar uma sensação de esperança em dias melhores. Embora ainda tenhamos
discussões acerca do processo eleitoral atípico por conta dos extremismos de
partidários e eleitores de todos os candidatos, aparentemente a maioria dos
brasileiros acredita que o cenário socioeconômico irá melhorar.
Algumas
pessoas ainda se colocam de forma cética e duvidam de que o novo governo conseguirá fazer uma gestão para todos. Mas o ideal é que todos torçam para que
os novos governantes acertem nas suas decisões e consigam tirar o país, os
estados e os municípios do lodo fiscal em que se encontram.
Todos
sabem que para que isto ocorra é inevitável que os governos façam ajustes
fiscais cortando despesas e/ou aumentando receitas. O ajuste é o ponto de
partida para começarem os novos mandatos demonstrando intenções reais de se
fazer algo para melhorar a vida da população. Porém, o que podemos esperar será
uma tentativa de se aumentar os impostos e, talvez, a criação de novas taxas e
contribuições.
Isto
já vem acontecendo ano após ano e não acredito que poderá ser diferente com os
novos políticos. Para corroborar com tal sensação temos que no ano de 2017 a
tributação aumentou 1,4% enquanto a economia cresceu somente 1%. Isto sem falar
que os déficits dos governos não reduziram significativamente indicando que não
ocorreram decisões de cortes de despesas.
Com
efeito, temos que a expectativa para os próximos anos é de aumento dos juros
básicos da economia que irão refletir nos juros pagos por todos os brasileiros.
Se
não bastasse isto a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deverá alcançar, em
2018, o equivalente a 77,3% do Produto Interno Bruto (PIB), apresentando um
crescimento de três pontos percentuais no ano. O setor público está arrecadando
mais e gastando muito mais, uma vez que aumentou o seu endividamento. E o pior
é que as expectativas da Secretaria do Tesouro Nacional são de que a DBGG
aumente nos próximos anos e atinja o equivalente a 80% do PIB na primeira
metade do mandato de Bolsonaro.
Para
se ter uma noção dos impactos do endividamento sobre a saúde econômica do
Brasil podemos sintetizar da seguinte forma: se aumenta o déficit público há
aumento do endividamento para financiar o déficit; com o aumento do
endividamento há o aumento do risco-país; com o aumento do risco-país há a
necessidade do governo aumentar os juros básicos da economia para conseguir
colocar os títulos federais no mercado para financiamento do déficit; com o
aumento dos juros há a redução dos níveis de investimentos privados e do
consumo das famílias implicando numa
desaceleração do PIB; com uma desaceleração no crescimento ocorre um
princípio de aumento do desemprego e, consequentemente, redução da massa
salarial paga.
Isto
sem falar na agenda que Bolsonaro terá já no início do mandato com a questão do
subsídio do diesel, definição da regra de reajuste do salário mínimo e pressão
para reajustes salariais dos servidores civis e militares do governo federal.
Combinações explosivas e um teste de tensão muito grande para o novo Presidente
e sua equipe.
As
mesmas tensões deverão ocorrer nos estados com os novos governantes, o que
significa que 2019 será um ano difícil para todos os brasileiros e em especial
para os governantes. Resta saber como reagirão frente a tais eventos e quais
soluções darão para o problema, ou melhor, quanto que a população terá que
pagar a mais ou deixar de receber. Estes são alguns dos medos que teremos em
2019.
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