De
forma inequívoca a economia brasileira está sendo afetada pelo período
eleitoral. Todos os indicadores demonstram que os agentes econômicos estão
muito sensíveis aos movimentos e tendências políticas. Muitos podem até dizer que
isto ocorre em todos os períodos de eleições majoritárias, e é verdade, porém o
diferencial deste ano é que o país ainda vive uma forte crise econômica que
iniciou em 2008.
Os
empresários não tem interesse em investir, os consumidores não tem renda disponível
para gastar e o setor público vivencia uma crise fiscal sem precedentes na
história econômica brasileira recente.
Pelo
menos neste ano a economia vai crescer. Pouco mas irá crescer. Só que ainda
está muito aquém do crescimento ideal para o tamanho da nossa estrutura
econômica. Com efeito, a convergência para a melhora nos indicadores econômicos
e sociais deve demorar a ocorrer.
Não
é de hoje que é noticiado que a irresponsabilidade na condução da política
econômica fez os indicadores econômicos e sociais caírem aos níveis do ano de
2010. Já se foram oito anos e não vemos avanços significativos. Com certeza
levarão mais oito anos para que tais indicadores retornem à linha de tendência
apresentada na década passada.
Tal
retomada depende de muitos fatores que passam pela forma com que o próximo
governo irá conduzir a política econômica, mais especificamente a política
fiscal. Todos os candidatos, sem exceções, não apresentaram propostas nem linha
de ação na área econômica que possam ser consideradas como críveis e exequíveis.
A maioria não passa de promessas populistas de gerar mais empregos, reduzir os
gastos públicos, retomar o crescimento, melhorar a renda média dos
trabalhadores, combater a inflação, reduzir carga tributária, e por aí adiante.
O
mais importante, que é como irão fazer isto, não dizem. Até porque até os
candidatos não sabem como fazer isto. Na verdade a maioria deles sabe que não
conseguem fazer isto em quatro anos. E daqui a quatro anos o eleito estará
pedindo mais quatro anos de mandato para poder “concluir” os seus projetos.
Como dizia minha avó: “é tudo farinha do mesmo saco”. Querem somente o poder e
mais nada.
Diante
deste quadro político vemos o desemprego se manter em níveis altos, a inflação
corroendo o salário dos trabalhadores e o PIB tendo um crescimento medíocre.
Realmente, estamos sem saídas.
O
setor de serviços, responsável por grande volume de empregos em nossa economia,
apresenta uma redução de 1% no volume de atividade apurado nos últimos 12
meses, sendo que a receita nominal do setor cresceu somente 2,6%. Se
considerarmos a inflação do período fica nítido que o setor, que é um dos que
mais emprega no país, está passando por uma forte crise.
Enquanto
isto, no debate político os candidatos ficam usando da estratégia de “corta-luz”,
ou seja, ficam debatendo assuntos diversos dos que devem ser debatidos. A
discussão dos grandes problemas econômicos e sociais não está ocorrendo neste
momento tão importante onde os cidadãos podem tentar “amarrar” compromissos de
ações efetivas com os candidatos.
Da mesma forma, a
sociedade não está discutindo tais assuntos com prefeitos e vereadores. Oras
bolas, eles também são agentes políticos importantes e possuem acesso aos
deputados, senadores e governadores e poderiam ser “porta-voz” de demandas
efetivas e concretas para os governos estadual e federal. Toda a sociedade deve
refletir sobre os problemas econômicos e sociais atuais e cobrar ações efetivas
para sua solução, Caso contrário sempre iremos ficar reclamando da vida e nada
fazendo para melhorá-la.
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