A
produção industrial brasileira está reagindo. No acumulado dos últimos 12 meses
a produção industrial registrou um crescimento de 3,2%. Não deixa de ser uma
ótima notícia diante do cenário recessivo que nosso país passou nos últimos
anos. Entretanto, ainda falta muito para recuperar o estrago feito pelo
“Furacão Dilma”. A indústria brasileira está operando com um nível 14,1%
inferior ao que apresentava em maio de 2011 e isto reflete no nível de
atividade econômica e no nível de desemprego.
A
cada ano que passa mais jovens entram em idade economicamente ativa e muitos
deles pretendem ingressar no mercado de trabalho. Porém, não tem emprego para
todos eles. Soma-se a eles a quantidade de trabalhadores que perderam seus
empregos e não conseguiram outro e vemos o tamanho do problema para nossa
economia.
E a
responsabilidade para buscar solução para tal cenário é facilmente atribuído ao
governo federal. Governadores e prefeitos simplesmente fingem que eles não têm
nada a ver com isto, como se os desempregados brasileiros vivessem todos em
Brasília. Só que não. Eles vivem e moram nos municípios que estão nos estados,
portanto os temas acerca do nível de atividade econômica e o nível de
desemprego devem preocupar, sim, governadores e prefeitos.
Da
mesma forma, os deputados estaduais e os vereadores devem cobrar e debater a
conjuntura econômica dos estados e dos municípios, mas não vemos isto acontecer.
Deixam-se levar pelas divulgações positivas dos mandatos e também fingem que
não há responsabilidade alguma sobre os assuntos referentes ao nível de
atividade e desemprego.
Se
considerarmos os dois últimos mandatos eletivos para prefeitos e vereadores
veremos que no estado do Paraná foram gerados, de janeiro de 2013 a julho de
2018, cerca de 17 mil novos postos de trabalho. No período cada um dos 399
municípios do estado geraram, na média, 43 novos postos de trabalho, em quase seis
anos. Muito pouco.
Trazendo
a análise para a região constatamos que, no período analisado, os municípios da
microrregião de Apucarana fecharam cerca de 3,5 mil postos de trabalho. Isto
significa que o nível de desemprego na microrregião aumentou muito nos últimos
seis anos. E o que nossos políticos estão fazendo para melhorar esta situação?
Temos
que compreender que a melhora desses indicadores depende muito da conjuntura
econômica e o governo federal é que tem maiores condições para propor ações e
medidas para amenizar ou reverter o quadro. Mas os estados e municípios também
devem se preocupar. Devem cobrar isto do governo federal e devem buscar, dentro
de suas limitações operacionais, soluções locais.
Deputados
estaduais e vereadores também devem debater o assunto, afinal de contas em
época de campanha eleitoral todos se apresentam e prometem lutar para melhorar
a vida da população. Pois bem, esta é uma ótima oportunidade.
Algumas
ações podem ser feitas pelos estados e municípios, desde cursos de qualificação
de mão-de-obra até incentivos para o consumo ou mesmo instalação de empresas
geradoras de emprego. Porém o que se vê é uma total letargia nas ações
estaduais e municipais de combate ao desemprego e de incentivo à produção.
O
assunto tem que ser debatido pelos nossos representantes com a mesma energia e
coragem com que eles pedem nossos votos. Eles têm que ter a compreensão de que
à partir do desemprego muitos outros problemas econômicos e sociais surgem e
isto somente poderá agravar a situação dos estados e dos municípios. Se não
cobrarmos ações e soluções locais agora o assunto somente aparecerá na forma de
promessas, nas próximas eleições.
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