Os
indicadores econômicos recentes vêm apontando uma recuperação lenta de nossa
economia. Assim, muitos acreditam que o crescimento econômico será retomado e o
desemprego reduzido. Na verdade as expectativas são de que o crescimento do PIB
para este ano seja em torno de 1,4% e que se mantenham na faixa dos 2,5% nos
próximos três anos.
Estas
expectativas positivas devem ser vistas com alegria, uma vez que demonstram que
o país está começando a sair de um período de recessão onde a economia reduziu
o seu nível de atividade causando o aumento do desemprego, a redução da massa
salarial, queda na arrecadação de impostos e, como consequência deste último, a
paralisia na execução de muitas políticas públicas e a manutenção do déficit
público com o desajuste nas contas públicas. Porém, o ritmo da retomada está
sendo e será muito tímido.
A
situação atual e o quadro prospectivo para os próximos quatro anos não se
apresentam muito favoráveis e a possibilidade de reversão dos prejuízos
causados pela má gestão econômica dos últimos oito anos deverá ser muito lenta,
mantendo-se a condição agonizante de nossa economia.
Muitos
brasileiros esperavam o surgimento de algum “salvador da pátria” que pudesse
ser eleito para a presidência do país e conseguisse trazer consigo propostas
para solução efetiva e rápida para nossos problemas, mas os que se apresentaram
para o pleito vieram somente com o desejo de assumir o poder e não apresentam
soluções factíveis nos seus planos de governos.
De
outro lado o governo comemora a redução do desemprego, o controle da inflação e
a retomada do crescimento do PIB. A redução do desemprego é um evento
estatístico causado mais pela retração da população economicamente ativa (PEA)
do que pelo crescimento da economia, pois a geração de emprego está sendo muito
tímida.
O
controle da inflação pode ser considerado mais um resultado do alto nível de endividamento
das famílias e da redução da massa salarial que faz com que as pessoas não
tenham recursos para demandar bens e serviços do que resultado de políticas
econômicas de combate à inflação, até porque elas inexistem.
Já o
crescimento do PIB real é insignificante e incapaz de resolver o quadro geral.
Segundo expectativas do Banco Mundial, o PIB real mundial deve apresentar um
crescimento médio em torno de 3% no triênio 2018-2020. Nestas expectativas o
crescimento médio para as Economias Emergentes e em Desenvolvimento (EMDEs),
grupo em que o Brasil está inserido, deverá ser em torno de 4,6%. Até as
expectativas de crescimento médio na África Subsaariana, no Oriente Médio e no Norte
da África são maiores do que a nossa. Isto demonstra que há uma miopia na
condução das políticas econômicas no Brasil.
A
situação política e econômica brasileira pode ser considerada como a de um
“barco a deriva”: sem rumo e muito distante do “porto seguro”. E o pior é que
não conseguimos o timoneiro adequado para dar um rumo para esta embarcação
chamada Brasil.
As
propostas que os candidatos propalam pelos quatro cantos do país não são fáceis
de implantar e se implantadas poucos efeitos terão. Daí o eleito virá daqui a
quatro anos pedir mais quatro anos de mandato para poder concluir a “salvação
da pátria”.
Para
mudar o cenário econômico brasileiro no curto prazo o próximo governo deverá
efetuar reformas que possam impactar na estrutura econômica e não fazer
mudanças que aliviem a conjuntura de curto prazo, caso contrário, a economia
não melhorará e daqui a quatro anos o povo brasileiro ainda estará enfrentando
e reclamando dos mesmos problemas.
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