“Quem
fala demais dá bom dia a cavalo”. Este é um ditado popular que é usado quando
uma pessoa está falando muito. Pessoas que falam muito não escutam os outros e
não dão espaços para uma discussão saudável. Passam dos limites na hora de
falar. Com efeito, estas pessoas acabam não sendo correspondidas. Assim, dizem
que se dá bom dia a cavalo, uma vez que o cavalo não fala e, portanto, não
responde.
Algumas
pessoas podem interpretar tal fato a uma arrogância velada por parte das pessoas
que falam demais, ficando a impressão que somente elas sabem das coisas e os
demais nada sabem.
Pois
bem, tem muitas pessoas que dão bom dia a cavalo. Seja na convivência familiar,
entre os amigos, na balada ou no trabalho tem sempre pessoas que querem
monopolizar as atenções, que ficam falando muito e até ensinando as pessoas.
Será
que este ditado não se aplica aos nossos políticos? Basta acompanhar a
propaganda eleitoral gratuita que identificamos muitos candidatos que agem
desta forma. Muitos falam como se fossem “professores de Deus”, ou seja, sabem
tudo. E não são somente os candidatos, também tem muitos políticos eleitos e que
não são candidatos neste ano que agem desta forma. É muita arrogância espalhada
nos meios políticos.
O
significado do ditado popular se aplica a todos os grupos sociais, sem
exceções. Em todo lugar encontramos pessoas que falam demais, que sabem tudo e
que não deixam brechas para os demais opinarem.
Mas
será que todas as pessoas que falam demais, além de serem inconvenientes e, em
alguns casos arrogantes, conseguem fazer alguma coisa de forma efetiva? Tem
outro ditado popular que diz que “de boas intenções o inferno está cheio”. Este
ditado retrata justamente a situação em que as pessoas fazem sugestões e emitem
opiniões que podem piorar a situação em análise.
Isto
ocorre com frequência, pois muitas pessoas querem falar sobre saúde, educação,
segurança e até finanças públicas sem ter um mínimo de conhecimento sobre o
assunto. Assistimos a situações parecidas a todo momento. Se acreditarmos em
tudo que é dito na propaganda eleitoral gratuita teremos muita dificuldade para
escolher nossos candidatos, pois muitos falam com propriedade e convicção sobre
como que as coisas poderão melhorar se eles forem eleitos. Muita hipocrisia no
mesmo espaço e tempo. Muitos deles estão somente dando bom dia a cavalo.
Se
as soluções dos problemas fossem tão fáceis assim, será que teríamos problemas?
Será que os políticos que passaram pelos cargos públicos já não teriam
resolvido os problemas? As coisas não são bem assim. O que vêm acontecendo nos
últimos anos é uma piora da situação social e econômica dos municípios, dos
estados e do país justamente porque nossos políticos foram ou estão sendo
irresponsáveis com a coisa pública. Não sabem o que fazer. Então, por que será
que se candidatam? Pior: por que será que votamos neles?
Por
isto, para fazer nossas escolhas eleitorais devemos avaliar o que os candidatos
já fizeram pela sociedade e suas propostas ou plano de trabalho. Também devemos
avaliar, com muita atenção, as pessoas que estão apoiando e assessorando os
candidatos. Devemos avaliar o que já fizeram de bom e o que pretendem fazer,
pois se o candidato for eleito eles irão assessorá-los.
Não podemos acreditar
em tudo que as pessoas dizem. Temos que observar e avaliar o que elas fazem.
Devemos medir as pessoas pelo que elas fazem e não pelo que elas falam, pois,
falar até papagaio fala. O que precisamos não é de conversa, mas sim de ação. Por
isto, temos e devemos questionar os políticos e eles devem ouvir e acatar o que
a sociedade indicar. Simples assim.
Muito pertinente, Rogerio.
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