É
época de colheita. De colheita de votos. Após uma entressafra em que a maioria
de nossos políticos nada fez para a sociedade, ficando defendendo somente os
interesses de grupos de minorias privilegiadas, agora eles
começam a enxergar a massa populacional existente e vem em busca dos votos.
Também
podemos dizer que a temporada de caça está aberta e os caçadores, os políticos,
irão atrás das caças, os eleitores, para conseguir os seus votos. Como bons
caçadores não deixarão de lado as armadilhas, ferramentas e armas para
conseguir os seus intentos.
O
comércio está vendendo pouco, a atividade industrial está se comportando
timidamente, a inflação está alta, o crescimento da economia é baixo, nossa
balança comercial tende a reduzir o seu saldo nos próximos anos, a dívida do
setor público está crescendo de forma intensa, as contas públicas estão
totalmente desequilibradas e tendendo a piorar e continuamos com um volume
extremamente alto de desempregados em nosso país.
Os
brasileiros estão sofrendo com a violência, com o desemprego, com a baixa
qualidade da educação pública, com a falta de medicamentos e médicos nos postos
de saúde e com a demora em conseguir atendimento médico especializado. A renda
média do trabalhador é baixa e as expectativas de termos uma vida melhor, no
médio prazo, são muito pequenas.
Mas
como num passe de mágica os candidatos que se apresentarão para o pleito deste
ano trarão em seus discursos e propostas de campanha as soluções para todos
estes problemas. Pura bobagem. O que
eles querem é o voto do povo, e nada mais. Nada farão de diferente, se eleitos,
do que já fazem agora. São poucos os políticos que se preocupam em prestar
contas de seus mandatos, apresentar o que fizeram, o que estão fazendo e como
se posicionam frente aos imensos desafios que os governos municipais, estaduais
e federal tem para equilibrar suas finanças e dar conta de atender a população.
Entretanto,
não basta o político fazer reuniões para prestar contas de seu mandato somente
às vésperas das eleições. Isto tem que ser um processo contínuo. Todos sabem
que eles só querem o nosso voto. Tudo bem, mas a sociedade precisa de ações
políticas que tragam esperança e confiança e neste ponto os brasileiros andam
muito céticos. Sabem que as promessas de campanhas não serão cumpridas na
totalidade, mas os políticos poderiam se empenhar um pouco para cumprir pelo
menos parte delas.
O
primeiro debate entre os presidenciáveis demonstrou que eles não sabem o que
fazer. Não possuem propostas factíveis. Fazem somente promessas para tentar
conquistar a simpatia dos eleitores. O mesmo farão os candidatos a senadores,
deputados federais, governadores e deputados estaduais. Muitos poucos fizeram,
fazem e farão algumas coisas em prol da população.
E
não são somente estes cargos que possuem tais comportamentos de seus
candidatos. Vejam os eleitos a vereadores e prefeitos da última eleição.
Analisem as suas propostas e confiram se eles cumpriram metade do que prometeram.
Irão se surpreender: quase nada fizeram. Mas nas próximas eleições eles
entrarão em período de colheita ou em temporada de caça. Repetirão as mesmas
promessas da última eleição e conseguirão os votos da população.
Todos
sabem que é assim que funcionam as coisas e não conseguimos mudar isto. No
final das contas os eleitos são os mesmos. Mas a sociedade tem que dar uma
“virada de mesa” e começar a exigir o cumprimento das promessas e compromissos
de campanha. Não tem problemas os mesmos políticos se reelegerem, desde que
atendam de forma satisfatória o conjunto da sociedade e não somente parte dela.
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