O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente o
resultado de três pesquisas que devem ser analisadas com muita atenção. A
primeira é o resultado da Pesquisa Industrial Mensal referente ao mês de maio
de 2018. Ela demonstra que a produção industrial total encolheu 10,9% no mês de
referência em relação ao mês anterior, indicador puxado pela paralisação na
produção e comercialização como consequência da greve dos caminhoneiros. Nos
últimos 12 meses a produção industrial cresceu 3,0%.
Nesta
pesquisa o Estado do Paraná foi o segundo estado que mais sofreu em maio de
2018, com uma redução de 18,4%, porém no acumulado de 12 meses ocorreu
crescimento da produção industrial em 2,1%.
A segunda
é a Pesquisa Mensal do Comércio referente ao mês de maio de 2018, onde
apresenta que o volume de vendas no varejo encolheu 0,6% no mês de maio em
comparação com o mês anterior e quando se inclui as atividades de veículos,
motos, partes e peças e de material de construção, o chamado comércio varejista
ampliado, apresenta que o volume de vendas caiu 4,9% em relação a abril.
Embora,
o indicador de maio de 2018 demonstre uma queda preocupante o acumulado em 12
meses mostra que o volume de vendas no varejo cresceu 3,7% nos últimos 12 meses
e o varejo ampliado 5,8%.
Já a
terceira é a Pesquisa Mensal de Serviços também referente a maio de 2018 que
apresentou uma redução no volume de atividade do setor de serviços em 3,8% em
relação ao mês anterior e queda de 1,6% no acumulado dos últimos 12 meses.
Com
efeito, o Ministério do Trabalho divulgou os dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (CAGED) do mês de junho de 2018 onde ocorreu o
fechamento de 661 vagas de emprego no mês de referência, caracterizando o
primeiro mês de queda na geração de emprego no mercado formal no ano. Mesmo
assim o país apresentou um acumulado de criação de empregos na ordem de 280 mil
novos postos de trabalho nos últimos 12 meses e de cerca de 392 mil no
acumulado de 2018.
A
economia tenta reagir porém, o Índice de Confiança da Indústria medido pelo
Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta
uma queda de 0,5 ponto ao mesmo tempo em que nossa economia apresenta uma
redução no nível de utilização da capacidade instalada da indústria para 75,9%.
Com
isto o Índice de Incerteza da Economia Brasileira, também apurado pelo IBRE,
aumentou 10,1 pontos atingindo um total de 125,1 pontos, maior nível desde
janeiro de 2017.
De
forma mais local identificamos que o desemprego se apresenta mais intenso,
assombrando as famílias nos municípios de Apucarana e Londrina, onde foram
fechados 465 e 2.730 postos de trabalho no mercado formal, respectivamente, nos
últimos 12 meses.
É
inequívoco que a economia nacional, estadual e regional deve ser reorientada
com políticas econômicas visando proteger a sociedade do desemprego, porém o
governo Temer já acabou, está se arrastando, e os governos estaduais estão mais
preocupados com o processo eleitoral e em conseguir fechar as contas fiscais.
Já os municípios pouco se preocupam com o problema do desemprego e nada fazem.
Até porque é mais fácil jogar a responsabilidade no governo federal.
Mas
os municípios podem e devem tentar implementar algumas políticas visando o
combate ao desemprego. Um bom começo seria começar a enfrentar o problema do
desemprego de forma mais efetiva e discutir alternativas com a sociedade civil
organizada. O que está faltando é o de sempre: o diálogo efetivo. Somente assim
poderemos começar a ter tentativas locais de combate ao desemprego. Todos
ganharão com isto.
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