Se
já não bastasse a irresponsabilidade do governo Dilma na condução da política
econômica brasileira agora temos, também, a inépcia e a irresponsabilidade do
governo Temer. E para agravar este quadro o cenário econômico internacional não
está ajudando porque muitas economias do globo estão tendo crescimento
econômico relevante, aumento do nível de emprego e aumento de seus fluxos
comerciais. Mas os principais protagonistas estão jogando duro e as economias
emergentes sofrendo.
A
economia brasileira deverá crescer entre 1,3% e 1,9% este ano. Porém, o quadro
poderá se agravar se a cotação do dólar se mantiver nos níveis atuais por muito
tempo. Que a cotação do câmbio irá reduzir é certo, porém se demorar muito teremos
um forte impacto do câmbio na inflação. Soma-se a isto o aumento dos fretes e a
inflação poderá ultrapassar a meta estabelecida e o crescimento real da
economia poderá ser comprometido ainda mais.
Outro
dado importante para a análise da conjuntura econômica é o vencimento de
títulos federais nos próximos meses: de julho a outubro cerca de R$ 266 bilhões
em títulos federais deverão ser resgatados. Desta forma, o governo federal terá
que “rolar” este montante, uma vez que não possui recursos financeiros para
pagá-los. Soma-se a isto o déficit primário projetado em cerca de R$ 140
bilhões e os juros sobre a dívida, que podem chegar próximo de R$ 420 bilhões,
o governo federal terá que se endividar em mais R$ 826 bilhões.
É
óbvio que para conseguir fazer isto terá que manter os juros nos níveis atuais
ou, dependendo do risco-país, até aumentá-los. Assim, o crescimento econômico é
freado ainda mais e o nível de desemprego não reduzirá.
Mas,
como nem tudo é notícia ruim, teremos Copa do Mundo de Futebol para amortecer
os ânimos dos brasileiros e também teremos eleições ainda neste ano.
Se
os brasileiros se empolgarem com o desempenho da seleção na Copa do Mundo pode
até ser que o governo federal ganhe um fôlego e não seja muito cobrado por
ações mais efetivas, eficientes e responsáveis.
O
quadro econômico não está nada bom para o país, mas os cidadãos devem ficar
atentos para o que está acontecendo na política e escolher o candidato menos
ruim. Isto porque candidato bom ainda não apareceu nenhum. Dos pré-candidatos
que ainda mantém suas intenções de concorrer ao pleito para presidente da
República praticamente nenhum demonstrou, até o presente momento, possuir um
plano de trabalho para reverter o cenário adverso da conjuntura econômica.
Bolsonaro
nem sabe o que é economia e quando questionado diz que designará um economista
para cuidar disto. Porém, quem o está assessorando nesta área é um economista
liberal e as primeiras ideias anunciadas pelo pré-candidato não surtirão nenhum
efeito positivo para a economia.
Marina
Silva se posiciona contra privatizações, defende a expansão de gastos sociais,
não tem proposta para a Previdência Social, é contra a reforma trabalhista e o
teto dos gastos e já anunciou que não é possível reduzir a carga tributária.
Na
mesma linha de Marina Silva vem o pré-candidato Ciro Gomes, só que este com um
tempero adicional que é o seu temperamento forte e explosivo. Propostas de
políticas econômicas mais coerentes apresentam os pré-candidatos Geraldo Alckmin
e Henrique Meirelles, porém possuem pouca intenção de votos nas pesquisas
recentes. Já os outros, os outros são os outros e só.
Trocando em miúdos:
os brasileiros podem apertar o cinto porque o piloto atual sumiu e o próximo
poderá ser um “kamikaze”. Daí a pergunta pertinente: quem poderá nos defender?
Meu caro Rogerio a sua análise se enquadra perfeitamente com a nossa realidade. Parabéns!
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