A
economia brasileira está retomando o crescimento. Isto é fato. Mas com o atual
ritmo de retomada e com a baixa credibilidade do governo Temer não podemos ter
esperanças de que tal retomada irá compensar o estrago feito pela má condução
da política econômica nos últimos anos.
Os
governos federal, estaduais e municipais estão comemorando a geração de
empregos e divulgam como se estivesse ocorrendo um grande feito para a
sociedade. Nem citam que nos últimos 36 meses nossa economia fechou 2,5 milhões
de postos de trabalho, somente no mercado formal. Um incremento no desemprego
que deve ter afetado cerca de 10 milhões de pessoas direta ou indiretamente.
No
país comemora-se a criação de aproximadamente 345 mil novos postos de trabalho
nos cinco primeiros meses deste ano, mas não citam o acumulado nos últimos 12
meses, que ficou em 196 mil empregos líquidos. Mesmo que o ritmo de geração de
emprego se mantenha ainda levaremos 14 meses para compensar o que aconteceu no
mercado de trabalho nos últimos três anos.
O Estado
do Paraná foi o terceiro maior gerador de empregos nos cinco primeiros meses do
ano, com 36,8 mil novos empregos, ficando atrás de São Paulo (134 mil) e Minas
Gerais (73 mil). Mas no acumulado dos últimos 12 meses ficou na quarta
colocação, com somente 19 mil empregos líquidos.
Nos
municípios do Estado do Paraná a situação não é diferente: a mediana de geração
de empregos entre os 399 municípios do estado foi de 10 empregos líquido nos
cinco primeiros meses do ano. Nos últimos 12 meses a mediana ficou em 9
empregos líquidos, o que demonstra a retomada lenta e uma forte concentração na
geração de empregos formais numa quantidade reduzida de municípios que possuem
uma dinâmica econômica mais vigorosa.
Na
microrregião de Apucarana tivemos a geração líquida de 382 postos de trabalho
no acumulado do ano e 259 no acumulado dos últimos 12 meses. Arapongas gerou
291 empregos líquidos em 2018 e 454 nos últimos 12 meses. Jandaia do Sul foi o
segundo maior gerador líquido de empregos formais no ano com um total de 217
postos de trabalho, seguido por Novo Itacolomi (34), Mauá da Serra (25),
Cambira (23), Califórnia (7) e Marilândia do Sul (2). Já os municípios de Sabáudia
e Apucarana apresentaram redução de 26 e 191 postos de trabalho,
respectivamente.
Desta
forma, fica evidente que com a expectativa de crescimento da economia em
índices abaixo de 2% ao ano a retomada do crescimento do emprego será lenta e
continuaremos com taxas de desemprego elevadas e com inflação moderada nos
próximos anos. Isto se o novo governo federal que assumirá em 2019 optar pelo
gradualismo na condução das políticas econômicas para combater o atual quadro
de crise fiscal e institucional. A melhor alternativa seria um tratamento de
choque bem elaborado e conduzido por equipe econômica responsável de um governo
que tenha credibilidade. A Argentina fez opção pelo gradualismo e não deu certo
e agora estão aumentando o endividamento público.
Nosso
país necessita de profundas reformas, dentre elas a tributária e a política, e
uma mudança no pacto federativo acompanhado de uma rediscussão da partição das
receitas com os outros poderes. Somente desta forma é que o estado brasileiro
conseguirá um fôlego fiscal para poder financiar as políticas públicas
necessárias para tentar melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.
Entretanto, tais mudanças perturbarão os agentes políticos que usam e abusam de
suas posições. Portanto, poderemos ter uma sucessão de batalhas muito duras que
passarão, preliminarmente, pela avaliação criteriosa dos candidatos que se habilitarem
ao pleito deste ano.
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