Ao
que tudo indica teremos um ano de 2018 ruim. O comportamento recente dos
indicadores econômicos está deixando os analistas do mercado financeiro muito
preocupados. O dólar disparou, a bolsa está instável e a expectativa de queda
dos juros foi por “água abaixo” com o resultado do desempenho da economia
americana.
E
saber que tudo isto poderia ter sido evitado só com um pouco mais de
responsabilidade. Isto mesmo, com mais responsabilidade. Em 2007 o mundo entrou
numa crise profunda causada pelo sistema de crédito da economia americana. No
Brasil esta crise chegou mais amena por conta dos fundamentos de nossa economia
que se encontravam em condições sólidas.
A
partir do ano de 2014 a condução da política econômica foi feita de forma
destrambelhada, irresponsável, e todas as conquistas e avanços obtidos até
então se diluíram. Como resultado tivemos recessão, aumento do desemprego e o
empobrecimento de muitas famílias.
Com
a mudança recente de governo muitas pessoas acreditaram que as coisas iriam
melhorar. Só que não. Mais uma vez os interesses particulares, privados, se
sobrepuseram aos coletivos e o governo não conseguiu efetuar as reformas
necessárias para melhorar o ambiente econômico e competitivo. E as poucas reformas
que foram aprovadas foram retalhadas no processo de negociação com os diversos
grupos de interesses e, mais uma vez, não se apresentaram eficientes.
Agora
a economia brasileira já está dando sinais de que não irá crescer o previsto e
necessário, a cotação da moeda americana está disparando e a bolsa de valores
caindo, o que poderá refletir numa possível pressão inflacionária e manutenção
dos níveis de desemprego.
E
não há nada que possamos esperar de solução por parte do atual governo. O que
nos resta é que o próximo governo, que irá assumir em 2019, tenha propostas, credibilidade
e competência para poder conduzir com eficiência e responsabilidade a economia
brasileira. Por isto é importante que todos os eleitores brasileiros tenham
consciência de efetuar suas escolhas analisando as propostas dos candidatos que
sejam factíveis, que possam ser executadas, sem se deixar encantar por
promessas mirabolantes e por discursos de “salvadores da pátria”, até porque
eles não existem.
No
atual cenário econômico todos os estados e a União passaram três anos indicando
que as receitas não eram suficientes para cobrir todas as despesas e que não haviam
recursos disponíveis para pagamento de dívidas. Alguns estados e municípios
estão atrasando salários do funcionalismo, o nível de investimento caiu, e a
qualidade dos serviços públicos estão bem aquém do esperado pela sociedade. É
nítida a realidade que temos à nossa frente.
Só
que em ano eleitoral as coisas se tornam surreais. É o ciclo político
tradicional: os governantes ficam os três primeiros anos do mandato atuando com
austeridade e no último ano, como num passe de mágica, o dinheiro “aparece” e
os estados e a união começam a “ferver” em obras e os gestores distribuem
recursos, autorizam contratações de funcionários e criam novas despesas. Até
aumento salarial eles dão.
Os
partidos políticos e os políticos têm como objetivo a maximização de votos.
Eles não buscam ganhar as eleições para formularem políticas para a sociedade,
eles formulam políticas para ganhar as eleições. Por isto é importante
questionar os candidatos sobre suas propostas de trabalho e quando eleitos
cobrarem a sua execução. Já foi o tempo em que os políticos faziam e desfaziam
dos eleitores. Os tempos mudaram, por isto o comportamento dos eleitores também
tem que mudar.
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