A Confederação Nacional da Indústria (CNI)
juntamente com o movimento da sociedade brasileira “Todos Pela Educação”
publicaram, recentemente, resultado de pesquisa sobre educação no periódico
“Retratos da Sociedade Brasileira”. Esta edição aborda temas voltados para a
educação básica e alerta a sociedade com a chamada: “Ensino médio público não
prepara bem para o mercado de trabalho”.
Os resultados da pesquisa servem de provocação
para que a sociedade reflita e discuta a situação atual da educação brasileira
para buscar alternativas de eficiência para o setor, que é nevrálgico para o
desenvolvimento social e econômico de qualquer país. Mas a pesquisa também pode
servir para deixar muitas pessoas indignadas.
Já está consolidada na história do
desenvolvimento econômico mundial a importância da educação e da agricultura
para que uma sociedade alcance índices elevados de qualidade de vida. Basta
revisar os processos de desenvolvimento de países como os Estados Unidos,
Inglaterra, Japão, Austrália, entre outros. A educação sempre foi tratada como
prioridade. Em outras palavras, nos países desenvolvidos sempre tiveram
politicas de educação, diferentemente de países com diversas mazelas sociais
onde os agentes políticos sempre fizeram política com a educação.
No Brasil não é diferente: sempre a educação se
faz presente nos discursos e propostas dos candidatos a cargos eletivos e
quando estes vencem as eleições e assumem suas funções públicas passam a sofrer
de amnésia de memória recente. Esquecem-se das promessas e propostas que
fizeram durante a campanha e buscam manter o “status quo” de uma economia
estacionária, aquela que não desenvolve, somente cresce.
Sem querer entrar no mérito do aparato
metodológico da pesquisa, apenas repercutir os seus resultados, constata-se que
ela apresenta que 89% dos brasileiros reconhecem que a baixa qualidade da
educação prejudica o desenvolvimento do país e veem a violência e corrupção
como os principais problemas que se relacionam com a baixa qualidade da
educação. Isto demonstra a insatisfação com a qualidade da educação no país.
Algumas pessoas podem inferir tais resultados
aos salários, considerados por alguns como sendo baixos, pagos para os
profissionais da educação, mas o problema está muito além disto. A pesquisa não
indicou este como um fator preponderante e fundamental, a população indicou como
importantes a necessidade de se equipar melhor as escolas públicas juntamente
com a necessidade de se estimular a participação dos pais na cobrança de uma
boa escola, o aumento da segurança e a melhoria dos métodos de ensino.
Mas o que “salta aos olhos” na análise da
pesquisa é que a maioria da população concorda que há problemas de ineficiência
dos gastos com educação, em outras palavras, a baixa qualidade da educação
brasileira é ocasionada pela má utilização dos recursos públicos e não pela
falta deles. Com isto, a sociedade deve ficar alerta para o processo eleitoral
que se avizinha, onde muitos candidatos estarão pedindo votos sem assumir
compromissos formais e concretos com a sociedade. Devemos escolher candidatos
que realmente se comprometam com a melhoria da qualidade do ensino, pois
somente assim poderemos ter as pré-condições para a decolagem e atingir a
maturidade do desenvolvimento social e econômico em nosso país.
Eles, os políticos, estão chegando para pedir
nossos valiosos votos, resta saber até que ponto eles também são a favor de
desenvolver políticas de educação ao invés de fazer política com a educação.
Somos realmente todos pela educação?
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