A administração pública precisa se modernizar e
passar a utilizar ferramentas modernas de gestão. É comum ouvir pessoas ligadas
ao setor público dizerem que a administração pública é muito diferente da
privada. Concordo que muitos aspectos operacionais são distintos, porém a forma
de gerir, as técnicas de tomada de decisão e as formas de avaliação e
monitoramento, entre outros, não diferem do privado.
Discutir produtividade, eficiência, eficácia,
efetividade e economicidade em alguns órgãos públicos é uma verdadeira batalha
com pessoas encharcadas de conteúdo ideológico que discordam destes princípios.
Alegam que não podemos tratar a administração pública como sendo meramente
números. Concordo. Porém, o que financia a atividade pública são os impostos
pagos pela sociedade que devem retornar para os mesmos na forma de bens e
serviços públicos de qualidade. Portanto devemos concordar que para retornar
para a sociedade os recursos devem ser bem geridos e seguir os princípios
constitucionais da administração pública.
Já passou a hora do setor público implantar
ferramentas de monitoramento e avaliação. Não é concebível que uma instituição
pública receba recursos oriundos da arrecadação de impostos pagos pelos
cidadãos e não esteja disposta a demonstrar a sua utilidade de forma objetiva,
para que todos possam compreender.
Neste sentido os municípios devem começar a
utilizar indicadores para medir resultados. É fácil localizar câmaras de
vereadores que analisam e aprovam as contas do executivo onde indicam que
atingiram metas de receitas e de despesas, porém não apresentam, na concepção
das peças orçamentárias, nem na execução e muito menos na avaliação,
indicadores físicos de desempenho.
Assim, fazer gestão pública sem metas e
objetivos mensuráveis se transforma num engodo para a sociedade que vê o seu
dinheiro “indo” na forma de impostos e taxas, porém não consegue identificar, e
muito menos é demonstrado, como ele “volta” na forma de bens e serviços
públicos.
Os gestores públicos deveriam implantar
indicadores como ferramentas de apoio ao planejamento, monitoramento e
avaliação de suas políticas públicas. Assim seria mais fácil mensurar a
execução das ações. Com isto se abandonaria o modelo atual de discursos e
falatórios para divulgar ações e as inaugurações com formato de grandes
eventos.
Já existem muitos indicadores consolidados nas
áreas da saúde e da educação e que podem e devem ser utilizados para compor as
políticas públicas. Também podem ser desenvolvidos indicadores próprios para
acompanhar a execução das políticas públicas. Mas o que vemos é que os gestores
buscam burlar a necessidade destes procedimentos para poderem gerir com mais
liberdade e com mais discricionariedade.
A administração pública precisa de indicadores
de avaliação e monitoramento. É preciso demostrar como está a situação atual de
determinada área da administração pública e como se pretende que esta área esteja
após um, dois, quatro anos. Em outras palavras, a sociedade precisa saber, de forma
objetiva, o que vai melhorar após se gastar milhões de reais do orçamento
naquele setor.
É possível e fácil de fazer, basta querer. Isto
também deveria se transformar numa bandeira dos representantes dos legislativos
municipais, os vereadores, que tem como função principal a fiscalização do
executivo. Mas como fiscalizar sem parâmetros? Difícil. E com isto vemos, ano
após ano, milhões de reais de recursos públicos sendo gastos e muito pouco
melhorando para o conjunto da sociedade. A fórmula para se implantar isto é
simples. Bastar ter disposição e coragem para fazer.
0 comentários:
Postar um comentário