A economia depende da política e o contrário também
deveria ser verdadeiro. Isto pode ser facilmente verificado com os índices de
confiança que são apurados e divulgados periodicamente na imprensa. Esses
índices tem o objetivo de medir a credibilidade que os agentes políticos
possuem junto a um determinado segmento em relação ao comportamento dos
indicadores setoriais e conjunturais à partir de suas ações na
condução da coisa pública.
Os resultados destas sondagens são abordados como
tendo relação com a popularidade que o agente político ou um determinado
governo possui junto ao segmento e também são utilizadas para traçar
expectativas quanto ao futuro da economia e da própria carreira do político.
Sem dúvidas é facilmente perceptível identificar o
apoio (ou não) de determinados segmentos a determinados governos e políticos
através de sua atuação na condução da coisa pública. É justamente em cima
destes dados que os grupos políticos decidem se uma determinada pessoa deve ou
não ser candidata. Via de regra este procedimento é utilizado para o cargo de
presidente da República, mas deveria ser utilizado para todos os cargos.
Mas a preocupação com o desempenho de suas funções por
parte dos agentes políticos não é utilizada amplamente, ou seja, nem todos os
detentores de cargos eletivos precisam se preocupar com as aferições técnicas
de bem-estar por parte de seus eleitores, mesmo que esta aferição seja feita de
forma intuitiva, com o objetivo de avaliar se este ou aquele político “merece”
ser apoiado para a continuidade de sua carreira em determinado cargo.
É comum ouvirmos notícias informais de que algumas
pessoas costumam “trocar” seus votos ou apoio político para candidatos que
fizeram ou se comprometeram a tomar medidas ou ações, se eleitos, para
beneficiar uma pessoa ou a pequenos grupos de pessoas. Este é um comportamento
lamentável, pois o individualismo não ajuda ao coletivo, pois nem todos possuem
os mesmos interesses e necessidades. Os economistas clássicos do século XVIII
entendiam e defendiam que se cada pessoa fizer o que é melhor para si o
coletivo seria beneficiado. Esta prática não passa de uma tentativa de
justificar as barganhas eleitorais e não ajudam em nada os grupos sociais. Pelo
contrário, ajudam a aumentar as diferenças entre as pessoas e criam pequenos
“currais” eleitorais onde políticos sem a devida capacidade para estar em
determinadas funções acabam se perpetuando no poder.
Só que se for feita uma avaliação séria e técnica da
maior parte de nossos vereadores, deputados estaduais e federais e senadores
veremos que muitos deles não desempenham de forma satisfatória suas funções
típicas e se limitam a praticar ações que possam lhe dar visibilidade junto a
esses grupos de indivíduos que costumam se “encantar” com as bravatas e
práticas populistas e assistenciais desses políticos, que deveriam ser
extirpados da vida pública.
Na verdade, como afirmou o detentor do Prêmio Nobel de
Economia, John Nash, o melhor para um grupo social é quando todos no grupo
fazem o que é melhor para o grupo e não o que é melhor para si.
Há uma interdependência entre a prática dos nossos
representantes políticos e a condição da economia, ou seja, da condição de
bem-estar de um município, de um estado e de uma nação. Por conta disto os
eleitores não podem se deixar “encantar” por promessas políticas que beneficiem
somente a si, mas com as que venham melhorar a estrutura social para todos.
Agir de forma diferente nada mais é do que uma forma de venda de voto.
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