No encerramento do ano de 2017 o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua) e destacou o recuo da taxa de
desocupação em 0,6 ponto percentual. Comparando com o mesmo período do ano
anterior a taxa de desocupação aumentou um pouco, 0,1 ponto percentual.
A taxa de desocupação encerrou o trimestre de novembro
com 12,0%. Este conceito abrange a relação entre a população desocupada de 14
anos ou mais com a população na força de trabalho, que é o total de pessoas que
se encontram em idade de trabalhar que estão ocupadas e desocupadas. Em outras
palavras desocupação pode ser entendido como desemprego.
Segundo a PNAD-Contínua, em novembro haviam 168,9
milhões de brasileiros em idade de trabalhar, dos quais 104,5 milhões se
encontravam na força de trabalho e 64,4 milhões de brasileiros, embora em idade
de trabalhar, estavam fora da força de trabalho.
O resultado da pesquisa apontou que haviam 91,9 milhões de brasileiros ocupados em
novembro. Com efeito, os desocupados totalizam 12,6 milhões de pessoas.
Portanto podemos dizer que no Brasil temos 12,6 milhões de desempregados.
O desemprego aumentou de janeiro a novembro de 2017 em
3,6%.
Do total de pessoas ocupadas se encontram com carteira
de trabalho assinada e contribuindo para a Previdência Social somente 33,2
milhões de pessoas, pouco mais de um terço do total. Cerca de 11,2 milhões
possuem emprego no setor privado, porém se carteira assinada. A preocupação que
não está indicada na pesquisa é se estes que não possuem carteira assinada contribuem
de alguma forma para a Previdência Social, tanto para resguardar seus direitos
de aposentadoria quanto para ajudar na cobertura do déficit do setor.
Nestas mesmas condições estão os 6,3 milhões de
trabalhadores domésticos, os 4,4 milhões de empregadores, os 23,0 milhões que
trabalham por conta própria e os 2,2 milhões de trabalhadores familiares
auxiliares. Será que todos eles contribuem para a Previdência Social? Em caso
negativo temos aí uma fonte alternativa para abrandar o déficit do setor e prorrogar
a discussão da profundidade e abrangência da reforma da Previdência proposta.
A pesquisa divulgada é riquíssima em dados para que se
possam conceber políticas públicas para melhoria da qualidade de vida da
população, mas o que vemos são nossos políticos buscando os caminhos mais
curtos e fáceis para solução do problema do déficit fiscal.
Há, também, a necessidade de se refletir sobre o
rendimento médio real dos trabalhadores brasileiros. A média de novembro ficou
em R$ 2.142,00, sendo que os empregados com carteira assinado apresentaram
média de R$ 2.072,00, os trabalhadores sem carteira assinada, R$ 1.237,00, os
trabalhadores domésticos tiveram rendimento médio de R$ 847,00 e os que
trabalham por conta própria, R$ 1.551,00. Os maiores rendimentos médios mensais
ficaram com os empregadores (R$ 5.437,00) e com os funcionários públicos (R$
3.325,00).
A situação não é boa e inspira muitos cuidados. Mas
algumas perguntas merecem respostas: O que nossos políticos estão pensando em
fazer para melhorar a situação do emprego? O que está sendo feito para melhorar
a remuneração média dos brasileiros? Pois na comparação destas remunerações
médias com os salários de muitos agentes públicos, incluindo subsídios de
detentores de cargos políticos, temos, mais uma vez, a certeza de que estamos
muito longe de termos justiça social em nosso país. Com a palavra os nossos
representantes políticos.
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