O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) divulgou o estudo intitulado “Síntese de Indicadores Sociais - 2017”. Nele
são apresentados os resultados e análises sobre mercado de trabalho, padrão de
vida e distribuição de renda e mobilidade ocupacional e educacional.
Este trabalho é muito importante e expõem informações
que deveriam ocupar as propostas de políticas públicas dos candidatos que
competirão na eleição do próximo ano. E é possível que isto apareça nos
discursos dos candidatos, entretanto a sociedade deve começar a cobrar a
execução dessas propostas, pois é muito comum os nossos políticos prometerem e
não cumprirem. Basta fazer um comparativo entre o que os candidatos eleitos a
prefeito e vereadores prometeram durante as duas últimas eleições municipais
com o que efetivamente eles executaram. Os resultados irão surpreender a todos,
negativamente.
No Brasil, segundo o estudo do IBGE, um a cada quatro
brasileiros vive abaixo da linha da pobreza, ou seja, tem renda per capita
inferior a US$ 5,50 por dia o que equivale a menos de R$ 400,00 por mês. Este
critério é definido pelo Banco Mundial e aplicado aos estudos de distribuição
de renda.
Este dado é para os chamados arranjos domiciliares e
quando a análise é feita pelo total da população este indicador aumenta: de
cada dez brasileiros três se encontram abaixo da linha da pobreza. Esta análise
demonstra a importância da unidade familiar para a sobrevivência das pessoas,
mas deixa exposto toda a vulnerabilidade social existente em nosso país.
Mas o que temos que refletir e se preocupar é que, em
2016, haviam 61 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, dos quais
4,6 milhões se encontravam no estado do Paraná. O estudo não permite efetuar as
inferências estatísticas para o nível dos municípios, mas todos têm condições
de refletir e a obrigação de se preocupar com a situação social de nosso país,
de nossa região e de nosso estado. A política econômica do governo Dilma contribuiu,
e muito, para o agravamento desses indicadores e o custo para melhorar será
muito elevado.
No estudo é apresentado um novo indicador, o índice de
Palma, que foi proposto pelo economista chileno José Gabriel Palma e que
consiste em dividir a parcela da renda absorvida pelos 10% mais ricos pela
parcela absorvida pelos 40% mais pobres de forma a captar esta desigualdade nos
extremos. No Brasil, os 10% mais ricos consegue apropriar nada mais nada menos
do que 3,4 vezes do que recebem os 40% mais pobres.
E no chamado “sul maravilha” os indicadores são
melhores do que a média nacional: um em cada oito paranaenses se encontram
abaixo da linha da pobreza e os 10% dos paranaenses mais ricos conseguem
apropriar 2,7 vezes do que recebem os 40% mais pobres. Mesmo tendo indicadores
melhores do que a média nacional os paranaenses devem se preocupar com os
resultados do estudo e exigir de seus representantes políticos mais empenho na
concepção e execução de políticas públicas para o abrandamento da situação
social de nosso país.
O Brasil está melhor que os países da África
subsaariana, porém estamos distantes dos indicadores da Eslovênia, Noruega e
Suécia. E o cenário somente irá começar a melhorar quando os recursos públicos
forem efetivamente aplicados em benefício da sociedade e não somente para
manter os privilégios e regalias de grupelhos que tomaram conta do poder em
nosso país e que não se preocupam com os mais pobres. E a cobrança deve começar
pelos nossos políticos locais: nossos prefeitos e vereadores. O que será que eles
estão fazendo para melhorar a situação social do povo?
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