A economia brasileira está melhorando. O ano de 2017
ficou marcado pela melhora na eficácia e eficiência das políticas econômicas. É
claro que estamos longe de alcançar os indicadores que tínhamos em 2013, mas já
é um começo de reação que muitos esperavam que acontecesse somente ao final de
2018.
Em dezembro de 2016 as expectativas eram de que a
inflação medida pelo IPCA encerrasse o ano de 2017 em 4,9%, mas teremos algo em
torno de 3,0%. Era esperado que a taxa de câmbio ficasse em R$ 3,48, e deverá
fechar perto de R$ 3,30. O crescimento do PIB era previsto para ficar em 0,50%,
mas ficará em torno de 0,90%. O investimento estrangeiro direto no país era
aguardado que ficasse em torno de US$ 70 bilhões, mas deverá atingir US$ 78
bilhões. E o desemprego que estava em 13,7% atingindo 14,2 milhões de
desempregados já caiu para 12,4% no terceiro trimestre, reduzindo o volume de
desempregados para 13 milhões.
Esses avanços, inegavelmente, tem grande parte de seus
resultados ocasionados pela política econômica austera que o governo federal
vem implementando desde 2016. A comemoração deve ser cautelosa, pois os
indicadores ainda estão aquém do ideal para nossa economia, mas a recuperação
está começando com vários meses de antecedência e isto é um fator que está
animando os agentes do mercado financeiro e o setor produtivo.
Com estas melhoras nos indicadores o Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) reduziu a taxa de
juros básica da economia, a Selic, para 7,0% ao ano, exatamente a metade da
taxa que iniciou o ano.
Esses resultados positivos retroalimentam a economia e
propicia mais vigor para que as empresas invistam e para que as famílias
consumam. Ainda há muito por se fazer e a tarefa mais espinhosa para o governo
federal é reduzir o déficit fiscal que vem se apresentando por sucessivos anos.
A alternativa indicada pelo governo é a reforma da Previdência, que não deverá
ser votada neste ano e se for não passará. A menos que o governo resolva convencer
os deputados, o que poderia custar muito para a sociedade. E se esta reforma
ficar para 2018, também não será aprovada, pois os deputados terão receio na
repercussão de votos a favor da reforma junto a seus eleitores.
Os brasileiros têm vivido um dia de cada vez,
justamente porque todas as decisões políticas afetam suas vidas imediatamente e
aqueles que decidem sequer consultam ou se preocupam com os cidadãos, pois a
maioria de suas escolhas são feitas a partir dos benefícios que suas castas minoritárias
e grupos políticos receberão como agrado.
Este parece ser um karma histórico do povo brasileiro
em relação aos seus governantes. A maioria deles discursava que se preocupavam
com o bem do povo só que as ações levavam ao oposto, e neste modelo se incluem
Lula e Dilma. Parece que esta prática está no DNA de nossos políticos e está
difícil de mudar. Nem os chamados “outsiders” dão conta de nos ajudar, pois os
políticos tradicionais conseguem anular a ascensão deles ao poder.
Como na música da banda Engenheiros do Hawaii,
intitulada “Surfando karmas & DNA”, mesmo se nós brasileiros soubéssemos
antes o que sabemos agora, erraríamos tudo de novo. E podemos ter certeza que
com o atual modelo político e com as opções que se apresentam, iremos continuar
errando por falta de opções e porque uma parte significativa dos eleitores será
novamente encantada pelo “canto da sereia” de nossos políticos.
E mais uma vez teremos a certeza que a recuperação da
economia continuará lenta, pois o déficit fiscal persistirá nos próximos anos,
a menos que se faça uma redistribuição dos recursos que são destinados para os
outros poderes.
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